Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Cuba é atacada na ONU por infringir direitos humanos

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Quarta, 16 de Abril de 2003 às 14:47, por: CdB

A Costa Rica, com o apoio dos Estados Unidos e da Grã-Bretanha, pediu nesta quarta-feira ao principal órgão de direitos humanos da Organização das Nações Unidas (ONU) que exija de Cuba a libertação de dezenas de dissidentes detidos recentemente. Em uma manobra inesperada, a Costa Rica pediu que a Comissão de Direitos Humanos da ONU se declarasse "profundamente preocupada" com as detenções e que exigisse de Cuba a libertação imediata dos detidos. A Justiça cubana condenou a duras penas de prisão alguns dos 75 dissidentes acusados de "atividades mercenárias", detonando uma onda de críticas da comunidade internacional. Na última sexta-feira (11), foram executados no país três homens que haviam sequestrado uma balsa para tentar chegar aos EUA. A comissão da ONU estava pronta para debater uma moção mais amena, apresentada por quatro países latino-americanos, entre os quais a própria Costa Rica. Essa moção pedia apenas que o governo cubano autorizasse a visita de enviados da organização. Agora, porém, em razão da proposta de emenda da Costa Rica e de outra do governo cubano, na qual ataca o embarco econômico dos EUA à ilha, a comissão viu-se obrigada a adiar para quinta-feira o debate sobre a moção. Cuba anunciou em uma nota divulgada em Havana que a proposta de resolução era "infame" e qualificou os governos sul-americanos são "fantoches" comandados pelos EUA. Diplomatas europeus disseram que o bloco, que tem sete votos na comissão este ano, apóiam a moção da Costa Rica. "Nós vamos co-patrociná-la. Os EUA também estão nesse barco", disse um enviado da União Européia. Ativistas dos direitos humanos e diplomatas acreditam ser improvável que a proposta costariquenha obtenha os votos necessários para ser aprovada na comissão, composta por 53 países. Não é a primeira vez que um país latino-americano age encorajado pelos EUA. Mas a adoção de uma postura dura em relação a Cuba é algo considerado mais difícil. A insatisfação generalizada com a invasão anglo-americana do Iraque também deve afetar a votação. Argentina e Venezuela, por exemplo, anunciaram que se absteriam. Um representante do Itamaraty também afirmou que o Brasil não participaria da votação.

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