O Comitê Internacional da Cruz Vermelha (ICRC) revelou nesta quinta-feira que repetidas vezes pediu aos Estados Unidos para tomar providências em uma prisão de Bagdá, que agora é o centro de um escândalo de abusos contra prisioneiros.
O órgão, que de acordo com diversos tratados internacionais visita prisioneiros, tem tido acesso regular à prisão de Abu Ghraib desde que as forças lideradas pelos Estados Unidos começaram a usar o local no ano passado, disse a porta-voz Antonella Notari.
"A Cruz Vermelha, ciente da situação e baseada em suas descobertas, pediu repetidas vezes a autoridades norte-americanas para tomar providências", afirmou à Reuters. Ela não quis dar outros detalhes sobre o que a Cruz Vermelha viu durante suas visitas, que aconteceram a cada cinco ou seis semanas, ou sobre o conteúdo de seus avisos aos EUA.
É parte do acordo sob o qual a Cruz Vermelha entra em prisões de lugares de conflito ao redor do mundo que ela apenas repasse suas avaliações às autoridades envolvidas e não as torne públicas.
Na semana passada, fotos foram publicadas mostrando soldados norte-americanos abusando de presos iraquianos na Abu Ghraib, a maior prisão do Iraque e famosa por ter abrigado tortura durante o governo de Saddam Hussein.