O secretário de Defesa dos Estados Unidos, Donald Rumsfeld, rejeitou as críticas feitas pelo ex-secretário do Tesouro Paul O'Neill contra o presidente americano, George W. Bush. Em um livro escrito pelo jornalista Ron Suskind, com a colaboração do ex-secretário do Tesouro, O'Neill acusou Bush de falta de interesse nos assuntos do governo e de já ter planejado atacar o Iraque, inclusive desde antes dos atentados de 11 de setembro de 2001 nos EUA.
Rumsfeld indicou em uma entrevista coletiva no Pentágono que sua experiência com Bush 'não pode ser mais diferente' que o que reflete no livro O'Neill.
- É o dia e a noite - disse Rumsfeld.
- Tenho um enorme respeito por este presidente: seu cérebro, seu interesse, as perguntas tão inquisitivas que faz, o implicado que está, sua atitude construtiva e positiva para os temas - insistiu.
- Uma pessoa não pode passar duas guerras e não colaborar estreitamente com o presidente se é secretário de Defesa dos Estados Unidos. E o que vejo a cada dia é uma imagem completamente distinta da que a imprensa usa para descrevê-lo - acrescentou.
Ele reconheceu que ligou em duas ocasiões a O'Neill para falar do livro mas, apesar do que apontou, em nenhum momento lhe proibiu que seguisse adiante com ele. Rumsfeld também desmentiu que Bush tivesse desde o primeiro momento de seu mandato a intenção de desatar uma guerra contra o Iraque. Segundo o chefe do Pentágono, o presidente decidiu invadir o Iraque 'depois de haver esgotado qualquer outra possibilidade'.
O Departamento do Tesouro abriu uma investigação sobre os documentos que O'Neill entregou a Suskind para a redação do livro, depois que no domingo passado, em uma entrevista televisada, mostrasse um disco compacto com um adesivo de 'secreto'.
O'Neill negou haver levado papéis indevidos do Departamento e assegura que recebeu esses documentos do principal assessor legal do Tesouro, a quem os pediu para entregá-los a Suskind. O livro de Suskind desmente a imagem de Bush como líder inquisitivo e curioso que veicula a Casa Branca.
Em seu lugar, O'Neill, que se reunia com ele duas vezes por semana, o apresenta como uma pessoa inescrutável que não fazia perguntas. Nas reuniões de gabinete seu comportamento era similar.
- O presidente era 'como um cego em um quarto de surdos' - disse o ex- secretário do Tesouro no livro.
Críticas de Paul O´Neill são rejeitas por Rumsfeld
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Terça, 13 de Janeiro de 2004 às 22:39, por: CdB