O governo do Irã diminuiu o tom diante da crise mundial que se avizinha, após a decisão de se levar o caso do enriquecimento de urânio ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas. O presidente iraniano, Mahmoud Ahmadinejad, não se pronunciou oficialmente, mas seu ministro dos Assuntos Exteriores, Hamid-Reza Asefi, amenizou o discurso. Ele afirmou que seu país prefere dar continuidade ao diálogo com a comunidade internacional, embora tenha assegurado que não está preocupado com envio do tema ao Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas).
- O caminho das negociações ainda está aberto e o Irã está disposto a continuar negociando e a fazer todo o possível neste âmbito - disse o porta-voz do Ministério de Assuntos Exteriores, Hamid-Reza Asefi, em entrevista coletiva em Teerã.
O funcionário também disse que a cooperação entre Teerã e a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) "não chegou a um beco sem saída" após o envio do caso nuclear iraniano ao Conselho de Segurança. Na opinião de Teerã, a resolução da AIEA "tem objetivos políticos" e "prejudicará a outra parte mais que o Irã".
Asefi denunciou o fato de que "alguns países ocidentais exerceram pressões durante a reunião do Conselho de Governadores", e que "é natural que as nações fracas cedam a essas pressões" e votem a favor da resolução. Apesar de tudo, o porta-voz iraniano assegurou que Teerã lançará uma campanha diplomática para explicar a natureza de suas atividades atômicas "até março, quando o Conselho de Governadores da AIEA se reúne de novo". No entanto, destacou ele, Terrã "nunca renunciará aos direitos do povo iraniano".