A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito dos Correios aprovou, nesta quinta-feira, a convocação do publicitário Duda Mendonça e do ex-diretor de Furnas Dimas Toledo. A idéia dos integrantes da comissão é que Duda seja ouvido depois que chegarem os documentos com informações sobre suas contas no exterior. Em depoimento já prestado à CPI, Duda admitiu que recebeu R$ 10 milhões como pagamento por serviços prestados ao PT na campanha eleitoral de 2002 e que o dinheiro foi depositado na conta Dusseldorf, nas Bahamas.
Dimas Toledo será ouvido sobre a lista com nomes de mais de 150 políticos, principalmente do PSDB e PFL, que teriam recebido dinheiro de caixa dois de Furnas. A lista teria sido assinada por Toledo, mas sua autenticidade ainda não foi comprovada pela Polícia Federal.
A data para o depoimento de Duda Mendonça somente será marcada após a chegada, na CPI, dos documentos enviados pelas autoridades norte-americanas sobre a movimentação financeira do publicitário. Em depoimento anterior na CPI, ele admitiu ter recebido R$10,5 milhões de Marcos Valério, referente a dívidas de campanhas do PT em 2002, numa conta no exterior, a Dusseldorf. Há suspeitas, no entanto, que o publicitário tenha mais contas no exterior, mas Duda vem negando a informação em depoimentos na Polícia Federal.
Não houve acordo, porém, sobre a convocação do ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos, que voltará a ser analisada na semana que vem, em nova sessão administrativa. A oposição defende a convocação do ministro para que ele informe se a Polícia Federal já sabe se é verdadeira ou falsa a lista com os nomes de parlamentares aliados do governo passado que teriam recebido dinheiro de um suposto esquema de corrução montado por Dimas na estatal.
Integrantes do PSDB e do PFL acreditam que a investigação sobre o suposto esquema de caixa dois em Furnas poderá provar que é falsa a lista dos supostos beneficiários, que inclui 156 políticos do tucanos, pefelistas, do PTB, PP e PL, com recursos da estatal. Dimas Toledo, afastado da estatal em junho do ano passado, chegou a negar a autoria das cinco folhas de papel sem autenticação. O documento foi divulgado pelo lobista mineiro Nilton Monteiro. Ele disse ter recebido a lista de Dimas, cuja assinatura está no papel, com autenticação em cartório "por semelhança".