Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

CPI do HSBC se reunirá com Janot esta semana

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Segunda, 30 de Março de 2015 às 09:52, por: CdB
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A comissão foi instalada no dia 24 de março
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado, criada para investigar supostas irregularidades em contas de brasileiros no banco HSBC na Suiça, vai se reunir nesta terça-feira com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Na quarta-feira, os senadores devem ouvir o secretário da Receita Federal, Jorge Rachid, e o presidente do Conselho de Controle das Atividades Financeiras (Coaf), Antônio Gustavo Rodrigues. A comissão foi instalada no dia 24 de março. O senador Paulo Rocha (PT-PA) foi escolhido por aclamação presidente da CPI. O senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES) foi designado relator. Em fevereiro, o senador Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) conseguiu, prontamente, 33 assinaturas, seis a mais que o mínimo necessário para a instalação da CPI, que terá 11 membros titulares e seis suplentes. Segundo Randolfe Rodrigues, os tucanos podem ficar à vontade para contribuir com a Comissão, “que tem interesse suprapartidário e não se destina a fomentar disputas desta natureza”, afirmou. A intenção, disse o senador, é “desmantelar pela raiz” um grande esquema criminoso. – Esse escândalo é de dimensão mundial. De acordo com o Financial Times, trata-se do maior caso de evasão fiscal do mundo. É necessário que o Parlamento brasileiro também se manifeste e instaure um procedimento de investigação – afirmou Randolfe. Desvio bilionário O britânico HSBC, em sua sede na Suíça, admitiu a gestão fraudulenta para encobrir a origem de possíveis recursos ilícitos nas contas de clientes de peso, entre eles empresários, socialites e políticos. O Brasil é o quarto na lista, em número de contas suspeitas. O Swissleaks, como é chamado o escândalo, internacionalmente, tem como fonte original um especialista em informática do HSBC, o franco-italiano Hervé Falciani. Segundo ele, entre os correntistas, estão 8.667 brasileiros, responsáveis por 6.606 contas que movimentam, entre 2006 e 2007, cerca de US$ 7 bilhões, que em grande parte podem ter sido ocultados do fisco brasileiro. Em seu requerimento para a instalação da CPI, Rodrigues o classifica como “um arrojado esquema de acobertamento da instituição financeira, operacionalizado na Suíça, que beneficiou mais de 106 mil correntistas”, de mais de 100 nacionalidades. O total de recursos manejados dentro do esquema, segundo Randolfe, pode superar US$ 100 bilhões, no período de 1998 a 2007. Randolfe Rodrigues acredita, ainda, que a lista dos titulares das contas certamente guarda estreita relação com outras redes de escândalos do crime organizado do país e do mundo. O senador lamentou que “o escândalo do Suiçalão”, como foi batizado aqui, no Brasil, venha sendo sistematicamente ignorado pela mídia conservadora. Segundo Randolfe, essa seletividade denuncia o envolvimento de personagens poderosos, que podem sempre se servir da benevolência de setores da imprensa. Famosos na lista Nesta segunda-feira foram divulgados nomes de personalidades da área cultural, ligadas à música, à literatura, ao cinema e televisão. Na lista estão famosos como os atores Edson Celulari, Claúdia Raia, Maitê Proença, Francisco Cuoco, Marília Pera, o apresentador Jô Soares, a escritora Zélia Gattai (falecida em 2008) e os dois filhos, Paloma e João Jorge. Os cineastas Andrew Waddington e Ricardo Waddington aparecem na lista dividindo uma conta.
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