O relatório final da CPI da Loterj (Loteria do Estado do Rio de Janeiro), agendado para votação na tarde desta terça-feira na Assembléia Legislativa do Rio, vai pedir a prisão do bicheiro Carlinhos Cachoeira. A votação foi adiantada depois que foram divulgadas denúncias de cobrança de propina por parte do deputado federal André Luiz (PMDB-RJ). O relatório também vai pedir o indiciamento do ex-presidente da Loterj, Waldomiro Diniz, por 12 crimes.
O documento final deverá pedir o indiciamento de outras 18 pessoas, além de apresentar oito projetos de lei e três sugestões ao Poder Executivo e ao Tribunal de Contas para impedir que novos esquemas de corrupção sejam montados na Loterj e no Rioprevidência. Se o relatório for aprovado, as denúncias serão entregues ao Ministério Público.
Os integrantes da CPI aprovaram por unanimidade o pedido de prisão preventiva de Waldomiro Diniz e Carlinhos Cachoeira. O ex-presidente da Loterj é enquadrado em oito tipos de crime: corrupção passiva, prevaricação, condescendência criminosa, fraude na Lei de Licitações, improbidade administrativa, crime contra a ordem tributária, sonegação fiscal e formação de quadrilha.
Outra sugestão da CPI é que o Governo entre com ação pedindo o ressarcimento do prejuízo de R$ 25 milhões que o Rioprevidência teve com operações de compra e venda de títulos públicos, entre junho e dezembro de 2002. A CPI aponta como responsáveis pelo rombo no Rioprevidência o ex-presidente do fundo Ruy Bello e o ex-diretor administrativo Mauro Michelsen, além dos diretores das distribuidoras Turfa, Quantia e CQJR, que negociaram os títulos públicos. O relatório aponta a tipificação de cinco crimes contra Ruy Bello: improbidade, crime contra Lei de Licitações, infração ao Estatuto do Servidor, peculato e gestão fraudulenta. Nestes dois últimos crimes também se encaixa Mauro Michelsen.