Rio de Janeiro, 21 de Novembro de 2024

Correio do Brasil: Chegamos à maioridade e seguimos em frente

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Sábado, 30 de Dezembro de 2017 às 14:10, por: CdB

Parece que foi ontem. Há 18 anos, aos 40, perguntei-me o que fazer por meu país, dali adiante. Fundei o Correio do Brasil.

 

Por Gilberto de Souza - do Rio de Janeiro

 

Foi necessário, à época, tanta coragem quanto agora para seguir em frente com um diário vespertino, independente e avesso aos cultos à personalidade que dominam a mídia brasileira. Apesar das indicações e convites ao longo destas quase duas décadas, o CdB jamais aceitou quaisquer espécies de prêmios de Jornalismo ou comendas equivalentes, vindos daqueles que têm como principal objetivo apenas a degradação e a pilhagem da terra onde nasci. Onde nasceram minha filha, meu neto.

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O Correio do Brasil completa sua maioridade agora, em 2018

Somos avessos à hipocrisia. Dispensamos o reconhecimento de um sistema corrompido por interesses inconfessáveis e o denunciamos, a cada oportunidade. Para isso, é preciso coragem e determinação; valores que sempre ditaram a trajetória do Correio do Brasil. A única crítica, o único aplauso que respeitamos é o dos nossos leitores; os assinantes que garantem, por uma módica quantia mensal, a existência de uma bandeira hasteada contra a iniquidade.

Cerco total

No Brasil, vigora um cerco perverso à mídia independente. Um conjunto de leis e normas servem de base a um cartel midiático; formado por oito, nove poderosas famílias que detêm o controle acionário de cerca de 80% dos meios de comunicação, no país. Eles temem, no entanto, a diversidade e a independência de veículos capazes de seguir adiante, com o único compromisso de informar – de maneira objetiva e mais isenta possível – sobre a realidade brasileira.

Ao Correio do Brasil, este cerco pode ser comparado a outros em curso, no mundo, a exemplo do que os Estados Unidos fazem com a ilha de Cuba. Na História, encontra paralelo na batalha por Leningrado. Sabemos, portanto, que apenas a determinação e o heroísmo dos nossos repórteres, redatores, colunistas, correspondentes e editores, a exemplo dos homens e mulheres que resistem ao jugo dos impérios, garantem-nos mais uma edição, sempre ao final da tarde. Um passo adiante, na conquista de um novo dia.

Parece pouco, se comparado aos jornais conservadores, mas trata-se de uma tarefa heróica chegar à edição de número 6.550. Tem sido uma jornada épica conduzir até aqui – e adiante – a linha do tempo de um país assolado por golpes de Estado, crises econômicas, sequestros de direitos, de pessoas, de sonhos. O que nos move é essa incessante busca pela verdade e a pureza dos fatos, assim como eles são; sem meias-palavras ou maquiagens tão comuns na mídia nacional. Esta, conheço de perto.

Imprensa nativa

O compromisso inalienável de levar a realidade aos nossos leitores, o que consideramos nada além da obrigação de todos aqui no jornal, é outro ponto que distingue o CdB na imprensa brasileira. Ao longo destas quase duas décadas, abominamos as ‘fake news’ que, traduzidas em bom português, querem dizer ‘notícias mentirosas’; sejam aquelas que beneficiam a esquerda, ou a direita. Aqui, o leitor sabe que pode confiar no que está escrito.

Trabalhei nas principais redações dos diários brasileiros. Fundei o Correio do Brasil exatamente por conhecer a realidade da imprensa nativa e no que ela se transformou, para atender às demandas do ‘mercado’; este ente fantasmagórico que esmaga nações inteiras, apenas para o deleite daquele 1% de seres humanos que, juntos, detêm a riqueza e a dignidade dos 99% restantes. Ao longo destes 18 anos e em outros 18 mais, enquanto respirar, nunca o CdB sairá em defesa do opressor; mas sempre cerrará fileiras com os oprimidos, os injustiçados. Ao lado daqueles que não têm voz, ou vez, neste deserto desumano em que querem transformar o Brasil.

Ora, dirá a concorrência, esta não é uma editora, uma empresa, mas um sacerdócio; uma organização sem fins lucrativos. É neste ponto que, neste 18º ano de existência, provamos ser possível levar adiante a construção de um diário de notícias que vive do prestígio e da confiança de seu público. Não é qualquer anúncio, por exemplo, que aceitamos veicular nas páginas de nossas edições, impressa e digital. Fazer Jornalismo custa caro, mas esse preço jamais será maior do que a nossa consciência.

Sigamos adiante, então, por mais um ano. Agora, na maioridade.

Gilberto de Souza é jornalista e editor-chefe do Correio do Brasil.

Tags:
Edições digital e impressa
 
 

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