Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Coréia do Norte vai participar de conferência sobre programa nuclear

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Sexta, 01 de Agosto de 2003 às 06:36, por: CdB

O governo da Coréia do Norte confirmou nesta sexta-feira, segundo a agência de notícias do país KCNA, a informação, inicialmente divulgada pela Rússia e pela Coréia do Sul, de que vai participar de conferências sobre seu programa nuclear com representantes de seis países.

Os americanos elogiaram a iniciativa e disseram que se sentiram "encorajados" pela notícia.
Anteriormente, os sul-coreanos já haviam dito que os vizinhos do norte participariam dos encontros e acrescentaram que nenhuma exigência especial fora feita.

Até o momento, a Coréia do Norte se recusava a discutir de forma multilateral seu programa nuclear. O país insistia em negociar apenas com os Estados Unidos.

Ataque

Os americanos, por sua vez, não aceitam discussões só com os norte-coreanos e querem a participação de outros países da região, como Coréia do Sul, China e Japão.

Na quinta-feira, o Ministério de Relações Exteriores russo já havia anunciado a mudança nas intenções dos norte-coreanos.

Em meio à divulgação da possibilidade de novas negociações, o subsecretário de Estado para Controle de Armas e Segurança Internacional dos Estados Unidos, John Bolton, fez duras críticas à Coréia do Norte.

O subsecretário disse que as autoridades norte-coreanas aceleraram seu programa de armas nucleares enquanto a população do país vivia um "pesadelo infernal".

Em um comportamento pouco comum nos círculos diplomáticos, Bolton fez críticas quase pessoais ao líder norte-coreano, Kim Jong-il, que foi classificado pelo subsecretário americano de "ditador tirano" que vive como um membro da realeza.

"Enquanto vive como realeza em Pyongyang, ele (Kim Jong-il) mantém centenas de milhares de pessoas em campos de prisioneiros e outros milhões vivendo na pobreza, cavando a terra em busca de comida", disse.
'Mentiras'

Na manhã de quinta-feira, a Coréia do Norte acusou o governo americano de utilizar "todo tipo de mentiras e artimanhas" e de preparar suas forças para uma invasão.

Analistas acreditam que os comentários de Bolton e as acusações norte-coreanas são parte de uma estratégia diplomática em que nenhuma das partes quer aparentar fragilidade no período que antecede negociações delicadas.

A crise entre a Coréia do Norte e os Estados Unidos começou no ano passado, depois de os americanos dizerem que os norte-coreanos haviam admitido ter um programa nuclear secreto.

Desde de um acordo em 1994, os norte-coreanos se comprometeram a congelar seus programas nuclear em troca de ajuda econômica.

No entanto, depois de fazer as acusações, os americanos cortaram a ajuda financeira ao país.
Os norte-coreanos reagiram com um endurecimento da sua posição e anunciaram oficialmente a retomada de pesquisas nucleares, alegando que o estavam fazendo com objetivos pacíficos.

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