O embaixador da Coréia do Norte disse que o conselho agiu como um bando de "gângsteres" e que qualquer outra pressão por parte dos Estados Unidos será vista como "uma declaração de guerra".
A resolução 1718, que foi aprovada por unanimidade pelos 15 integrantes do Conselho de Segurança, inclui uma proibição à importação de vários itens militares e impõe sanções financeiras, mas não prevê o uso de força militar.
O futuro secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, disse à BBC que, caso seja necessário, está preparado para viajar a Pyongyang para ajudar a acalmar a crise.
'Reservas'
A resolução impondo sanções à Coréia do Norte foi aprovada neste sábado e logo após a votação o enviado do país à reunião, Pak Gil Yon, condenou a decidesão do Conselho de Segurança.
- É uma atitude de gângsteres a decisão do Conselho de Segurança de adotar hoje uma resolução coercitiva enquanto negligencia as ameaças e as ações por sanções e a pressão dos Estados Unidos - disse Yon.
A resolução foi bem-recebida internacionalmente, mas analistas ressaltam que a barganha diplomática intensa sobre a escala e a natureza das sanções ficou evidente.
A China disse ter "reservas" em relação ao controle de cargas de navios norte-coreanos e a Rússia disse que as sanções não podem ser consideradas indefinidas.
Os dois países disseram estar temerosos de que as inspeções de carga permitidas pela resolução possam levar a confrontos navais com navios norte-coreanos.
Segundo o correspondente da BBC em Pequim Jonathan Marcus, o governo chinês está preocupado com a estabilidade da Coréia do Norte e não quer abrir caminho para nada que pareça um bloqueio naval ao país.
Aplicação das sanções
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que a ONU deu um passo "imediato e forte" para mostrar sua determinação de manter a península coreana livre de armas nucleares.
O primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, disse que seu país já estava considerando mais medidas punitivas contra Pyongyang.
Seu governo já tinha imposto algumas sanções de forma unilateral na última quarta-feira, suspendendo todas as importações norte-coreanas e proibindo a entrada de navios do país em águas japonesas.
Negociações internacionais devem se intensificar nos próximos dias, quando os governos devem discutir as ações práticas para implementar as sanções.
A secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, deve visitar o Japão, a Coréia do Sul e a China nesta semana para discutir os detalhes da implementação das restrições.
A ONU também vai ter de determinar formas de controlar o funcionamento do regime de sanções.
O ministro do Exterior da Coréia do Sul afirmou que vai honrar as novas sanções e pediu para que o Norte retorne às negociações entre seis nações sobre seu programa nuclear.
O enviado russo à reunião do Conselho de Segurança, Alexander Alexeyev, que se reuniu com Pyongyang antes de viajar a Seul, disse que os norte-coreanos disseram que não se recusam a voltar às conversas.
- O lado norte-coreano insistiu repetidamente que o processo de seis nações deveria continuar - disse Alexeyev segundo a agência de notícias Interfax.
Sinais de fome
Organizações humanitárias disseram estar preocupadas com a possibilida