Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Convênio vai facilitar produção de borracha na Bahia

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Sexta, 16 de Julho de 2004 às 06:37, por: CdB

Um convênio assinado pelo grupo francês Michelin,  o Banco do Nordeste e a Secretaria de Agricultura pretende dar novo impulso à produção de borracha natural na Bahia. O projeto vai atender a 500 mini e pequenos produtores das regiões sul, baixo sul, e extremo sul do estado que contarão incentivos financeiros, capacitação e assistência técnica para cultivar a seringueira, de preferência em consórcio com outras culturas, a exemplo do cacau e do café. Ainda segundo o acordo, a compra da produção será garantida pela indústria.

A assinatura do convênio foi realizada à tarde, no gabinete da Seagri, com a participação do secretário Pedro Barbosa, do superintendente do BNB, Paulo Sérgio Ferraro, e do diretor da Michelin na Bahia, Lionel Barré. A Bahia quer retomar sua posição de destaque na produção de borracha natural do Brasil, que hoje importa cerca de 60% do sua necessidade de consumo. Enquanto a produção brasileira é 90 mil toneladas ano, a demanda da indústria nacional está perto de 230 mil.

Hoje, o Estado é o terceiro produtor, atrás de Mato Grosso e São Paulo, que lidera o ranking nacional. A produção baiana é estimada hoje em 15 mil toneladas ano de borracha seca. Com o projeto, a expectativa é incorporar nos próximos dez anos pelo menos mais 2,5 mil toneladas ao desempenho anual da Bahia.

- O apoio ao cultivo da seringueira vai reforçar o processo de diversificação da economia agrícola na região cacaueira - afirmou o secretário Pedro Barbosa.

Ele explica que a seringueira pode ser usada para sombreamento do cacau, a exemplo do que já é feito com plantas frutíferas e dendê, agregando mais valor à produção e aumentando a renda do produtor. Segundo o diretor da Michelin na Bahia, 80% da borracha natural do mundo é produzida por mini e pequenos agricultores.

- O nosso papel é dar apoio ao desenvolvimento da produção da borracha em todos os locais onde estamos instalados - afirmou Barré.

O grupo, que chegou ao Brasil em 1979 e é o maior produtor de borracha natural do país, está há um ano e meio no estado, onde tem uma plantada de 8,6 mil hectares e uma de concessão de 10 mil hectares. Além da garantia da compra da produção, a Michelin vai assegurar a  capacitação de produtores e técnicos.

- Toda   a estrutura e know-how da Michelin estarão presentes nesse projeto - colocou o diretor.

Já o Banco do Nordeste vai investir R$ 22,5 milhões, em quatro anos, para financiar os produtores. Os recursos são provenientes do FNE.

- A assinatura desse documento traduz o interesse da instituição de integrar agente financeiro, iniciativa privada e governo para beneficiar a produção, especialmente entre os mini e pequenos agricultores - afirmou o superintendente Paulo Sérgio Ferraro.

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