Em depoimentos prestados na Primeira Delegacia de Polícia Judiciária Militar (DPJM), no Méier, na tarde desta sexta-feira, na presença das autoridades que integram a força-tarefa criada para elucidar o desaparecimento dos jovens de Vigário Geral, os dois militares da Marinha que foram seqüestrados e soltos por traficantes da Favela de Parada de Lucas, afirmaram que os bandidos não utilizaram o blindado ou qualquer viatura da PM no crime. Segundo os militares, eles e as demais vítimas foram levados a pé pelos criminosos de Vigário Geral para a favela vizinha.
Os dois militares participaram também de uma sessão de reconhecimento a que foram submetidas as duas equipes que estavam no blindado, em Vigário Geral, e no Posto de Policiamento Comunitário (PPC) de Parada de Lucas, na madrugada de terça-feira. A equipe do blindado era integrada por um capitão e quatro praças. A do PPC, por quatro praças. Nenhum dos nove policiais militares foi reconhecido pelas vítimas como participantes do crime.
O menor de 16 anos que foi preso numa casa em Parada de Lucas onde havia diversas fardas da PM e que confessou ter participado do seqüestro dos jovens voltou a cair em contradição. Em depoimento prestado, hoje, na Primeira DPJM, ele afirmou que três dos quatro PMs de plantão no PPC de Lucas participaram da ação criminosa e um permaneceu no posto.
Contudo, na sessão de reconhecimento, ele apontou para apenas um dos quatro, o que, segundo as autoridades, tornou o seu reconhecimento incoerente, já que, pela lógica, mais dois dos três policiais teriam que ser reconhecidos. Nesta sexta, o menor afirmou que houve o emprego do blindado, ressaltando que não entrara no veículo, e depois negou que o carro fora usado. No seu depoimento ao Serviço Reservado do 16 BPM (Olaria), o menor afirmara que estivera dentro do blindado. Ao depor na 38 DP (Brás de Pina), ele não citou a presença do blindado. O menor também não reconheceu os policiais que estavam no blindado como participantes da ação criminosa.