Toda a informação destituída de amparo fático pode ser tipificada como crime. Além disso, fere um dos direitos básicos da sociedade: o direito à informação. Aos desinformados, é importante salientar que a Lei Federal 6.938/1981 - Lei de Política Nacional de Meio Ambiente, aponta em seu artigo 9º, inciso XI, como um de seus instrumentos: "a garantia da prestação de informações relativas ao Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-las, quando inexistentes".
Sérgio Vilas Boas, na apresentação do livro "Formação e Informação Ambiental", do qual foi organizador, alega que o "jornalismo não é o culpado pela morte de matas, rios e animais". Mas torna óbvio que "degradação ambiental é um problema que o jornalismo parece indisposto a enfrentar no dia-a-dia".1 E pergunta aos leitores: "os jornalistas estão preparados para transformar conhecimento em experiência ou vice-versa? O público, por sua vez, está sendo orientado a fazer sua parte? Enfim, a imprensa ajuda ou atrapalha a conscientização?" (1)
No meu entender, se ela não dá ao tema o enfoque educacional e esclarecedor ao público, ela não cumpre a sua verdadeira missão. O caminho da transformação da sociedade passa necessariamente pela educação, cuja responsabilidade não é exclusiva das escolas. Mas, como educar um povo que sequer está conseguindo pensar? Hoje, a mídia exerce papel primordial no emburrecimento da massa; é perversa e taxativa na desinformação. O capital apropriou-se dos meios de comunicação e tenta transformar o ser humano em coisa.
Algumas entidades ambientalistas atuantes em Santa Catarina, em especial a organização não governamental VidaVerde, há tempos, tentam informar sobre os efeitos nocivos ao meio ambiente e à população, advindos da atividade minerária que produz buracos sem utilidade, com a conivência dos órgãos ambientais. Já demonstraram cientificamente os problemas resultantes desta atividade, tais como: rebaixamento do lençol freático, eutrofisação e conseqüente contaminação do lençol freático... o que foi ratificado pelo Ministério Público Federal de Joinville, em 1997. Suas denúncias resultaram, em 1999, na elaboração de um Termo de Ajuste de Conduta que exigia, antes de tudo, um estudo de impacto ambiental em toda a região da Bacia Hidrográfica do Rio Cubatão, antes da concessão de qualquer licença para esta atividade na referida área.
A ong VidaVerde contesta tecnicamente os projetos de mineração apresentados à FATMA para a concessão de licenças para abrir buracos, sob o título de "recuperação ambiental de área degradada", para a formação de lagoas para piscicultura.
É sabido que estes "projetos de piscicultura", devido à sua inviabilidade, já sofreram adaptações. Agora, destinam-se à venda de água e se denominam "lagoas marginais". Não importa o nome dado aos projetos! Na verdade, eles se destinam exclusivamente à abertura de buracos de mineração que estão drenando Pirabeiraba, levando agricultores a falência, obrigando-os a comprar água da CASAN para seus animais já que seus poços secam a cada estiagem.
Estranhamente, nenhum desses problemas veio à tona na matéria publicada pelo periódico catarinense - A Notícia - do dia 07/02/2005, da autoria de Herculano Vicenzi: "Antiga área de mineração vira berçário de peixes" (2). No reportagem, a bióloga joinvilense Gilian Rose da Silva afirma "que a abertura de cavas de mineração em lagos e canais marginais do rio Cubatão - secos depois que 78% da água do rio foi desviada, no final dos anos 60, para um vertedouro artificial - é benéfica para a natureza. "Com a abertura das cavas, interligadas ao rio através de canais, esses ambientes se transformam em importantes berçários e refúgios para o desenvolvimento de peixes, que por sua vez atraem pássaros, ajudando na melhoria da biodiversidade em áreas justafluviais". Esta profissional, que vem transformando os buracos em criatório de peixes, cujo nome é mencionado - desacompanhado de outra qualific