O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social vai financiar US$ 642 milhões para a construção das plataformas de extração de petróleo P-51 e P-54, desenvolvidas pela Petrobrás. Durante o anúncio dos financiamentos, o presidente do BNDES, Guido Mantega, destacou o fato de as plataformas terem alto nível de nacionalização, chegando a 70%.
Para Mantega, o financiamento fortalece a política industrial do país. "É o coroamento de uma política industrial exitosa, que está sendo praticada por este governo. É uma política nova, que não havia no governo anterior, e que implica que a Petrobrás, hoje a instituição que mais fez investimentos no Brasil, ela canaliza o efeito desses investimentos para desenvolver a indústria nacional".
O presidente da Petrobras, José Eduardo Dutra, que acompanhou Mantega no lançamento, lembrou que esse era um compromisso de campanha do então candidato Luiz Inácio Lula da Silva e que, no início do atual governo, houve críticas por o presidente levar a determinação adiante. Dutra garantiu que a decisão de suspender os contratos existentes na época para implantar o aumento no nível de nacionalização não prejudicou a competitividade da Petrobrás.
Na P-51, por causa da inclusão da construção do casco no Brasil, o índice chegará a 70% e na P-54 será de 65%, com a construção do casco em Cingapura. "Esse processo de exigência de conteúdo nacional é permanente e crescente", disse o presidente da Petrobras.
Dutra informou que, a partir de 2007, as duas plataformas terão produção diária de 360 mil barris, o que contribuirá para a autosuficiência em petróleo que o país vai conquistar nesse ano. "Vai contribuir para que nós tenhamos uma autosuficiência sustentável. Desde o início, dizíamos que iríamos atingir a autosuficiência e não seria simplesmente um sonho de uma noite de verão, em que nós teríamos a autosuficiência em um dia e a perderíamos no dia seguinte. Ela vai ser mantida por meio de uma série de projetos, alguns em andamento, como a P-51, P-42 e P-53, e outros que estão em fase de estudos", disse.
O presidente do BNDES, Guido Mantega, assinou ainda um contrato de financiamento de R$ 10 milhões com a empresa Promon, para a criação de novos processos e metodologias de trabalho, capacitação da equipe da empresa e a implantação e atualização de softwares. Para Mantega, essa é uma retomada do "estímulo à formação de engenheiros no país".
As duas plataformas já estão em construção. A P-51 é do tipo semi-submersível, destinada à produção de petróleo e gás no Campo de Marlim Sul, e produzirá 180 mil barris por dia, além de seis milhões de metros cúbicos de gás natural diários. A P-54 é uma unidade do tipo flutuante de produção, armazenamento e transferência, com a mesma capacidade de produção de petróleo e gás, e vai operar no Campo de Roncador. As duas operarão na área da Bacia de Campos, no norte do Rio de Janeiro.
Construção de plataformas da Petrobras coroa política industrial
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Quinta, 05 de Maio de 2005 às 12:25, por: CdB