A confiança que o presidente da República e candidato à reeleição, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem demonstrado junto aos eleitores foi destaque nas edições dos jornais argentinos nesta segunda-feira. O La Nación reproduziu os principais trechos do discurso do presidente e candidato Lula, em Sorocaba sob o título: "Confiante, Lula diz que ganhará no primeiro turno". O La Nación também cita a pesquisa divulgada pelo Ibope no diário paulista O Estado de São Paulo que aponta para 52% a preferência do eleitorado por Lula.
Lula reafirmou sua confiança na reeleição, ainda no primeiro turno. O recente escândalo envolvendo petistas na compra de um dossiê contra tucanos, segundo o presidente, não mudará a preferência dos eleitores por sua candidatura.
- Nunca afirmei que ia ganhar essas eleições no primeiro turno por modéstia, por respeito. Mas eu vou dizer para vocês, nós vamos ganhar essas eleições domingo. Podem ficar certos. Se alguém acha que a campanha presidencial vai para o segundo turno, vai ter de esperar para concorrer em 2010 - disse Lula no comício deste domingo.
O presidente afirmou que vai vencer as eleições porque apenas ele entende a alma do povo.
- Dia primeiro de outubro é dia de a onça beber água. Esta oncinha (aqui) está com sede, e eles sabem que, com mais quatro anos meus, eu vou desmoralizar muitos que governaram este país. Eles sabem que eu vou fazer isso, e eles sabem que eu não entendo das coisas sofisticadas que eles entendem... Mas eles sabem também que, se juntarem todos eles, nenhum consegue ler a alma do povo brasileiro como eu. Podem fazer denúncia, façam o que quiserem. Podem até mandar fazer exame para saber o que eu fazia de mal quando eu era certo. Não tem problema. Nós vamos ganhar com a cara limpa que nós temos - afirmou.
Confiança
O La Nación também reproduziu a reportagem do The Wall Street Journal Americas: "Embora Lula se encaminha à uma reeleição, esta lhe pode sair cara". O texto afirma que a possível vitória de Lula "não será grátis" e explica: "Devido em parte à estratégia divisória que o presidente escolheu para desviar as acusações de corrupção e garantir sua reeleição, Brasil experimenta um nível inusitado de polarização entre as classes econômicas e sociais e regiões geográficas". The Wall Street afirma que "isso poderia dificultar a Lula a tarefa de acumular apoio para tomar medidas que, segundo os economistas, Brasil necessita para aproveitar seu potencial". O El Cronista também estampa a "confiança" de Lula, quem desafiou seus adversários à "que denunciem o que queiram porque conseguirá a reeleição com a cara limpa".
O Clarín comenta sobre o ato público por "um Brasil decente", convocado pela oposição, que busca reduzir a vantagem de Luiz Inácio Lula da Silva nas pesquisas e forçar um segundo turno. O jornal diz que é "um chamado aos intelectuais, artistas e profissionais e não inclui sindicalistas nem estudantes porque a intenção dos organizadores não é reunir massas: aguardam apenas umas 3 mil pessoas no máximo".
Clarín afirma que "Alckmin ainda sonha: faltando uma semana para a eleição e contra o que dizem as pesquisas, o candidato da direita acredita que a continuidade da crise política, pelo caso do dossiê, poderá abater a enorme vantagem eleitoral de Lula e criar uma segunda chance para ele, um mês depois". O Ámbito Financiero preferiu publicar uma coluna de opinião, na qual afirma que "os mercados agora duvidam do governo de Lula".
Segundo o Ámbito, "os mercados acreditam que no Brasil poderia haver segundo turno e se pensa ainda que, descontado o triunfo de Lula, este teria sérios problemas de governabilidade no Congresso em seu segundo mandato". O Página 12 também aborda a possibilidade de um segundo turno no Brasil por causa do escândalo "dossiergate" , o qual "pode ter influenciado