A conselheira de segurança nacional dos Estados Unidos, Condoleezza Rice, tinha previsto fazer um discurso no dia 11 de setembro de 2001 para promover a defesa antimíssil, e não o terrorismo, como um dos fundamentos da política de segurança do atual governo, informou o jornal The Washington Post nesta quinta-feira.
Com base em informações fornecidas por ex-autoridades dos EUA que viram o texto do discurso, o jornal afirmou que ele não mencionava a Al Qaeda, Osama bin Laden ou outros grupos extremistas.
Em um livro lançado recentemente, o ex-chefe de contraterrorismo norte-americano, Richard Clarke, acusou o presidente George W. Bush de dar atenção demais ao Iraque e não à ameaça representada pela Al Qaeda, antes do 11 de setembro.
Na contra-ofensiva do governo às declarações de Clarke, Rice rejeitou a sugestão de que, antes dos ataques, as autoridades norte-americanas não viam o terrorismo como um problema urgente.
Segundo o Washington Post, o discurso do dia 11 de setembro, que não chegou a ser feito, menciona o terrorismo como uma das ameaças vindas de países como o Iraque, mais que de células de extremistas, consideradas agora a maior ameaça à segurança dos norte-americanos.
O jornal disse que o texto refletia em linhas gerais as declarações sobre política externa da administração Bush nos oito meses anteriores aos ataques. ``A Al Qaeda e o terrorismo islâmico ocupavam um lugar de pouco destaque na lista de prioridades, como revelam as declarações das autoridades sobre o assunto na época'', escreveu o Post.
A Casa Branca negou-se a divulgar o texto completo do discurso, já que ele não foi pronunciado, mas confirmou serem exatos os trechos repassados ao jornal. Segundo o Post, autoridades norte-americanas fizeram um resumo detalhado do discurso.