Rio de Janeiro, 20 de Janeiro de 2025

Companhia holandesa de petróleo vai amargar prejuízo até 2009

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Sexta, 03 de Dezembro de 2004 às 14:07, por: CdB

A Shell Brasil vai continuar registrando fluxo de caixa negativo por alguns anos na área de exploração e produção, mas a expectativa é de que esse quadro se reverta com o início da produção de mais um bloco da empresa, na bacia de Campos, cuja comercialidade poderá ser anunciada em 2006, informou nesta sexta-feira um alto executivo da companhia. No entanto, a produção do campo, onde se estimam reservas de até 500 milhões de barris de petróleo pesado - entre 18 e 19 graus API - só deverá ser iniciada em 2009, informou o vice-presidente da Shell Brasil, John Haney.

- Estamos investindo muito para o futuro, se decidir começar a produção dos campos esse cenário (de caixa negativo) pode mudar a partir de 2009 - disse Haney a jornalistas durante o 3º Seminário Britcham Internacional de Petróleo e Gás.

Ele informou que no próximo ano a empresa vai investir em torno de US$ 125 milhões no país, o mesmo volume de 2004. Os recursos serão aplicados na busca de óleo no bloco BC-10, na bacia de Campos, e também no BS-4, na bacia de Santos, além de manter as operações já existentes de produção. Primeira empresa estrangeira a produzir petróleo no Brasil, a Shell produz 55 mil barris diários de petróleo, o que não impediu prejuízo de US$ 632 milhões em 2003. No último leilão de blocos petrolíferos do governo brasileiro, a empresa adquiriu participação em seis blocos, todos em parceria com a Petrobras .

Rolls-Royce

Também presente no evento, o presidente na América do Sul da Rolls Royce, Francisco Itzaina, reafirmou o compromisso de investimentos no país, mas lembrou que para o Brasil atrair mais recursos externos precisa acelerar a solução de problemas como a carga tributária.

- O Brasil é um ótimo país, mas temos grandes desafios ainda para ajustar parâmetros, ainda temos um arcabouço tributário terrível, é preciso avançar com passos mais rápidos - avaliou Itzaina.

A empresa, que atua nos setores de aviação, marítimo e de energia no Brasil, prevê compras de cerca de 30 milhões de dólares de fornecedores de peças brasileiras para montagem de equipamentos fora do Brasil, nas fábricas da Rolls Royce, nos próximos dois anos.

As associações com empresas brasileiras foram uma necessidade, segundo o executivo da Rolls Royce, para continuar competindo dentro do país, devido às exigências de conteúdo nacional. A empresa inglesa está presente em consórcios vencedores para construção de plataformas de petróleo da Petrobras, como a P-43 e P-48, em vias de entrar em operação na bacia de Campos, além das P-51, P-52 e PRA1, que ainda estão em execução. Outras mais antigas, como Pargo e P-18, também operam com turbogeradores Rolls Royce.

Outro contrato, para construção da P-53, deverá ser assinado em breve, informou Itzaina.

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