O objetivo, segundo o ministro, é mostrar que o crime pode ser praticado por qualquer homem, independentemente da raça, classe social ou idade. ‘‘A violência pode ser feita por qualquer pessoa. Temos que estimular as mulheres a denunciarem os criminosos’’, disse o ministro. Durante a entrevista, Nunes também falou sobre a denúncia de estupro da cantora mexicana Gloria Trevi, nas dependências da Política Federal. ‘‘A denúncia não desmoraliza de forma alguma a campanha; confirma apenas a tese de que a violência sexual pode acontecer em qualquer lugar do País’’, completou o ministro. O homem será o objetivo da campanha que será lançada domingo, anunciou ontem o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher (CNDM). O objetivo da campanha é dar ‘‘visibilidade à imagem do homem como responsável pela violência sexual contra as mulheres’’. ‘‘Queremos desmitificar o agressor, um tipo de todas as classes sociais, de diferentes idades, com ou sem estudos, solteiro ou casado, que pode ter inclusive bom emprego e uma família’’, disse a diretora do CNDM, Solange Bentes Jurema. Por isso, a campanha pretende sensibilizar o homem de que ‘‘ele é o agressor, já que tradicionalmente não se identifica com esse papel’’, concluiu. A nova campanha prefere deixar de mostrar a imagem da ‘‘mulher com hematomas e ferida’’ para desmitificar o agressor que pode ser ‘‘até o vizinho’’. Desemprego A taxa de desemprego das mulheres na Região Metropolitana de São Paulo passou de 15,5% para 20,9% entre 1985 e 2000, contra um crescimento de 10,1% para 15% entre os homens em igual período, segundo mostra o estudo ‘‘O Desemprego Feminino na Região Metropolitana de São Paulo’’, divulgado ontem pela Fundação Seade. De acordo com o estudo, em 85, o desemprego entre as mulheres era 56,5% maior que o dos homens. Em 2000, essa diferença passou para 39,3%, devido ao aumento mais intenso do desemprego entre os homens.
Combate à violência contra a mulher
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Sexta, 23 de Novembro de 2001 às 08:00, por: CdB