A nomeação do vice-presidente, José Alencar, para assumir o Ministério da Defesa, que ficou vago após José Viegas pedir demissão do cargo, agradou ao comando das Forças Armadas.
- Foi uma nomeação muitíssimo boa... O presidente deu a solução e eu acho que foi maravilhosa - afirmou nesta quinta-feira o comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Luiz Carlos Bueno após encontro com o vice-presidente no Palácio do Planalto.
Alencar convocou Bueno e o comandante do Exército, general Francisco Albuquerque, para uma conversa inicial para se aproximar das tarefas do Ministério. O comandante da Marinha não compareceu porque estava em Salvador.
O vice-presidente, responsável pelos dois cargos a partir de segunda-feira quando toma posse na Defesa, passou o dia em um vaivém para se inteirar dos afazeres da Defesa.
Logo pela manhã, ele esteve com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e com Viegas, depois no começo da tarde reuniu-se somente com o ministro demissionário em sua residência oficial. Ele terminou o dia no encontro com o comando das Forças Armadas.
A solução de colocar o vice-presidente aparentemente tem um caráter definitivo e ele não deve ser substituído numa eventual reforma ministerial.
Lula aceitou a demissão de Viegas feita em uma carta datada de 22 de outubro. No texto, o ministro diz que a nota publicada pelo Exército no dia 17 sobre supostas fotos do jornalista Vladimir Herzog, morto nas dependências do DOI-Codi em 1975, durante o regime militar, seria anacrônica e autoritária.
Por entender que a nota teria o apoio do comando do Exército, Viegas pediu a Lula que demitisse Albuquerque. O presidente, no entanto, avaliou que uma retratação do Exército seria suficiente, causando desconforto ao ministro.