O ex-comandante das forças norte-americanas no Iraque e no Afeganistão, o general aposentado Tommy Franks, questionou a acusação do candidato presidencial John Kerry de que a administração Bush deixou Osama bin Laden escapar no Afeganistão, em 2001.
"Eu era responsável pela operação em Tora Bora, e posso dizer que a visão dos fatos do senador não combina com a realidade" disse ele em um artigo publicado no jornal The New York Times.
Franks, que apóia a campanha à reeleição do presidente George W. Bush, desafiou as constantes afirmações de Kerry, de que as forças dos EUA tinham o líder da Al Qaeda cercado, mas "terceirizaram" o trabalho de captura para forças afegãs na inóspita região de Tora Bora, no leste do Afeganistão.
Kerry, o candidato democrata à Presidência dos EUA nas eleições de 2 de novembro, vem acusando Bush de estar tão preocupado com o Iraque - muito antes da invasão do país, em março de 2003 - que negligenciou a captura de Bin Laden, responsabilizado pelos ataques de 11 de setembro de 2001, que mataram quase 3.000 pessoas.
As tropas norte-americanas derrubaram o regime fundamentalista do Taliban do poder no Afeganistão depois de uma dura batalha nas montanhas de Tora Bora, em dezembro de 2001.
Acredita-se que Bin Laden tenha escapado nessa época, provavelmente fugindo para o Paquistão.
"Não sabemos até hoje se o sr. Bin Laden estava em Tora Bora em dezembro de 2001. Algumas fontes de inteligência dizem que sim; outras indicam que ele estava no Paquistão; e outras ainda sugerem que ele estava na Caxemira", escreveu Franks, que liderou a invasão do Afeganistão e a do Iraque, como chefe do Comando Central das Forças Armadas dos Estados Unidos.
"Tora Bora estava cheio de agentes do Taliban e da Al Qaeda, e muitos deles foram mortos ou capturados, mas o sr. Bin Laden nunca esteve ao nosso alcance."
Frank afirmou que os militares americanos não "terceirizaram" operações, embora tenham "confiado muito nos afegãos, porque eles conheciam Tora Bora."