De Villiers, que compareceu a uma audiência fechada com parlamentares, usou uma linguagem forte para protestar contra o corte no orçamento da Defesa
Por Redação, com Reuters - de Paris:
O comandante das Forças Armadas da França renunciou nesta quarta-feira após uma disputa acalorada com o presidente francês, Emmanuel Macron, sobre cortes no orçamento da Defesa, trazendo à prova o líder recém-eleito.
Em um comunicado, Pierre de Villiers, de 60 anos, disse que tentou manter uma força de defesa francesa com a capacidade de fazer um trabalho cada vez mais difícil dentro das restrições financeiras impostas. Mas afirmou já não ser capaz de conseguir.
– Nas circunstâncias atuais, não me vejo mais capaz de garantir a força de defesa robusta que acredito ser necessária para garantir a proteção da França e dos franceses, e sustentar os objetivos do nosso país – afirmou.
Macron aceitou a renúncia, acrescentou Villiers.
Disputa intensa
Uma disputa intensa começou na semana passada entre os dois homens, apenas dois meses depois da eleição de Macron. No momento em que a França se preparava para a pompa militar de um desfile do dia da Bastilha em 14 de julho em que o presidente norte-americano, Donald Trump, foi o convidado de honra de Macron.
De Villiers, que compareceu a uma audiência fechada com parlamentares. Ele usou uma linguagem forte para protestar contra o corte no orçamento da Defesa. O valor de 850 milhões de euros que Macron determinou como parte de seus esforços para controlar os gastos do Estado.
– Não vou deixar me f... assim – disse, de acordo com duas fontes parlamentares. "Eu posso ser estúpido. Mas sei quando estão me fritando".
Macron tinha tornado pública a sua repreensão. "Eu assumi compromissos, eu sou o seu chefe". Disse ele em um discurso para dezenas de oficiais superiores do Exército e suas famílias.