O governo colombiano disse nesta segunda-feira que pretende comprar 46 tanques da Espanha, como parte da campanha militar do presidente Álvaro Uribe contra as guerrilhas armadas do país.
O ministro da Defesa, Jorge Alberto Uribe, disse em uma entrevista coletiva que os tanques AMX-30, de fabricação francesa, custarão 6 milhões de dólares e protegerão estradas, rodovias e a infra-estrutura fundamental para impedir atos de sabotagem cometidos por rebeldes de esquerda e paramilitares de direita.
Há cerca de 40 mil combatentes ilegais espalhados pelas montanhas andinas e selvas colombianas, travando uma guerra de quatro décadas que causa milhares de mortes todos os anos.
Os tanques devem chegar ao país no fim deste ano.
O ministro da Defesa Uribe, que não é parente do presidente, desmentiu uma afirmação publicada pela revista Cambio Colombiano no domingo de que o governo estaria planejando colocar tanques ao longo da frágil fronteira com a Venezuela.
- Os tanques são exclusivamente para uso interno. A Colômbia nunca travou uma guerra e nunca irá provocar um ato belicoso contra algum de seus vizinhos -, disse o ministro aos repórteres.
As relações entre Colômbia e Venezuela ficaram tensas nos últimos anos em meio a acusações por autoridades colombianas e norte-americanas de que o presidente esquerdista Hugo Chávez apóia e abriga rebeldes marxistas.
Chávez nega as acusações e afirma que a Colômbia não está fazendo o suficiente para impedir que a guerra ultrapasse a fronteira.
No mês passado, aviões militares da Venezuela sobrevoaram a selva perto da fronteira com a Colômbia para trazer de volta uma coluna de combatentes armadas que havia cruzado a fronteira e entrado em conflito com a Guarda Nacional. Em dezembro, sete guardas nacionais venezuelanos foram mortos em emboscadas atribuídas a paramilitares colombianos.
Desde que assumiu o cargo em 2002, o presidente colombiano Álvaro Uribe, aliado estreito dos Estados Unidos, lançou uma ofensiva militar contra os guerrilheiros ilegais e cortou as linhas de fornecimento dos rebeldes, forçando as guerrilhas a um recuo tático.