O Comitê Olímpico Internacional (COI) está enviando um inspetor à Grécia para verificar as alegações de fraude na eleição para o novo Comitê Olímpico local (CON), disseram autoridades nesta segunda-feira.
Dias antes da votação de segunda-feira para o novo chefe e para a nova diretoria do comitê grego, o presidente do COI, Jacques Rogge, decidiu que o diretor de Comitês Olímpicos Nacionais, Pere Miro, viajará a Atenas para investigar as alegações de Lambis Nikolau, membro e atual chefe do comitê local. Miro deverá chegar a tempo para a votação, ou um dia depois.
A campanha para as eleições foi marcada por forte disputa política entre os conservadores que estão no governo e a oposição socialista pelo controle do poderoso comitê. O comitê grego, além de representar o país que fundou os Jogos antigos e realizou as primeiras Olimpíadas modernas, também é responsável pela cerimônia de acendimento da tocha em Olímpia antes dos Jogos de inverno e verão, além de organizar a primeira equipe a entrar no estádio em todas as Olimpíadas.
Os socialistas, apoiados por diversos chefes de federações, acusaram o governo de dividir federações de esportes de inverno para criar mais votos e conseguir assim controlar a organização. Eles ameaçaram adotar uma ação jurídica.
O foco da investigação do COI será se os procedimentos foram seguidos para que pessoas participem da votação. Uma autoridade do Comitê Olímpico Grego disse à Reuters que Miro se reportará ao COI, e acrescentou:
- Teoricamente o COI pode até mesmo cancelar o resultado das eleições desta segunda-feira se achar que as coisas não foram feitas da maneira apropriada. O senhor Rogge enviou uma carta ao senhor Nikos Filaretos, membro mais antigo do COI na Grécia, exortando para que mantenha as regras olímpicas e até mesmo adie as eleições se isto não for possível - disse.
O único candidato para ser o novo chefe do comitê grego é Minos Kyriakou, empresário bem-sucedido e membro da Federação Internacional de Atletismo.
Rogge, que teve uma relação turbulenta com o comitê grego no passado, principalmente durante o período antes das Olimpíadas de 2004, foi informado sobre as supostas irregularidades em carta enviada por Nikolaou, disse a autoridade.