Ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes visitou na manhã desta quarta-feira as comunidades atingidas pela seca no Amazonas. Ele inspecionou as condições em algumas áreas e os trabalhos de distribuição da ajuda enviada pelo governo federal para socorrer as vítimas. Nesta terça, chegou a Manaus um carregamento de kits de produtos farmacêuticos para a população. Até agora, a maioria dos municípios que vem sofrendo com a estiagem está localizada ao longo do rio Solimões e seus afluentes.
O governo federal deve editar nos próximos dias uma medida provisória (MP) liberando mais de R$ 30 milhões para as ações nos municípios atingidos pela seca no Amazonas. O anúncio foi feito pelo ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes. Ele afirmou também que desde o dia 11, quando foi decretado o estado de emergência naquele estado, o governo enviou 50 mil cestas básicas.
- Cada cesta básica alimenta uma família de quatro membros por 15 dias. Uma das primeiras conseqüências dessa estiagem, é que os rios baixam de nível, o transporte colapsa para muitas comunidades, a comida começa a rarear e encarecer e logo mais falta - disse.
De acordo com Ciro Gomes, foram enviados ainda 150 kits de medicamentos. Cada kit é suficiente para atender 3 mil famílias durante 30 dias. Para transportar esses mantimentos, segundo Ciro Gomes, estão disponíveis seis helicópteros da Marinha e cinco do Exército, além de três aviões Hércules C-130, um Boeing 707 e três helicópteros da Força Aérea Brasileira (FAB).
O ministro calcula que 28 dos 61 municípios do Amazonas foram castigados pela seca que atinge mais de 167 mil pessoas.
- Não existem epidemias. O mais preocupante neste momento é esse potencial de água potável desqualificada especialmente na retomada dos níveis dos rios - disse.
Segundo ele, o ministério já enviou para região 18 toneladas de hipoclorito de sódio (usado para o tratamento da água) para evitar o surgimento de doenças. Ciro Gomes apontou o aquecimento das águas do oceano Atlântico como o responsável pela seca.
- Essa é a hipótese que está se consolidando. Uma coisa que precisa ficar clara é que estiagem na Amazônia é regular todos os anos. O que a acontece esse ano de atípico, é a mais aguda estiagem dos últimos 50 anos. A última grande estiagem foi em 1963 e não foi tão grave quanto essa - afirmou.
O ministro não descartou a possibilidade de o desmatamento ter influenciar a alteração do clima da Amazônia. Contudo, Ciro Gomes afirmou que esse ano o país deve apresentar dados que mostram uma diminuição de "quase pela metade" do desmatamento no Brasil.