A opinião do ministro da Integração Nacional, Ciro Gomes, sobre a inocência ou a culpa do deputado José Dirceu (PT-SP) acerca do uso de caixa dois na campanha eleitoral "não é publicável", disse ele nesta quarta-feira. Ciro preferiu a cautela ao comentar uma possível participação do parlamentar petista no esquema de corrupção em análise nas CPIs em curso no Congressol.
- Só quem está com as ferramentas da apuração pode indicar (a inocência ou a culpa de José Dirceu). Ele se proclama inocente. Eu tenho a minha convicção, mas ela não é publicável porque seria um julgamento impertinente se eu dissesse uma ou outra das posições possíveis nesse assunto - disse.
Ao se referir ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, porém, o ministro adotou outro comportamento. Ciro disse que, neste momento, há "manifestações negativas generalizantes" dirigidas a culpados e inocentes.
- Logo mais se separará o joio do trigo, haverá as punições, a população se sentirá respeitada na sua indignação e os inocentes poderão respirar novamente, tranqüilos. É veementemente o caso do presidente Lula - afirmou Ciro Gomes.
Na avaliação do ministro, os aliados do governo somente poderão voltar a encarar a oposição, em um embate eleitoral, caso haja a separação de culpados e inocentes e a punição dos responsáveis pela corrupção nos Correios, no caso do "mensalão" e nas investigações dos bingos. O ministro disse, ainda, que somente depois deste julgamento será possível cobrar a coerência da oposição diante dos casos de desvios neste governo em comparação com as investigações feitas na gestão Fernando Henrique Cardoso.
- A única saída (para a crise), e o presidente garante como atitude, que desta vez a impunidade não será o prêmio desses escândalos. E de novo talvez dê para a gente discutir, quando superado este escândalo, se encontrarem os culpados e se atribuírem as suas culpas, teremos autoridade para cobrar qual é a coerência daqueles que nos agridem tão violenta e despudoradamente, de quem vem arrotar moralismo para cima de nós tendo coisas assim sem explicação e com a impunidade e tendo o abafa como a tônica de todos os episódios - conclui.