Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Cientistas elaboram nova teoria sobre origem do vírus da Aids

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Sábado, 14 de Junho de 2003 às 18:05, por: CdB

Uma pesquisa feita por uma universidade britânica descobriu que o HIV, o vírus da Aids, surgiu da união de dois outros vírus que infectam macacos na África. Para chegar à nova teoria, os cientistas partiram da hipótese mais aceita sobre a origem do HIV, de que ele seria uma variação do SIVcpz, um vírus dos chimpanzés africanos que teria "pulado" para os seres humanos provavelmente durante a manipulação da carne e do sangue desses animais. Fazendo uma análise genética, os pesquisadores da Universidade de Nottingham descobriram como esse vírus SIVcpz foi formado: pela mistura, dentro do corpo do chimpanzé, do DNA dos vírus de dois macacos de espécies diferentes que fazem parte da dieta alimentar dos chimpanzés. Como os chimpanzés comem os mangabeis de topete vermelho, que têm o vírus SIVrcm, e os guenons de bigode, que têm o vírus SIVgsn, eles entraram em contato com o sangue desses animais e receberam os dois vírus. Os cientistas chegaram à conclusão que a união desses dois vírus no corpo dos chimpanzés deu origem ao vírus SIVcpz, o precursor do HIV. Os cientistas de Nottingham dizem que a descoberta é particularmente importante porque mostra que os chimpanzés podem receber vírus de outras espécies de primatas, assim como os humanos receberam o vírus dos chimpanzés no caso do HIV. Eles afirmam que, com isso, novas formas de vírus mortais podem surgir nos chimpanzés, a partir de outros macacos, e depois serem transmitidas para os seres humanos. Não se sabe ainda exatamente quando nem como o SIVcpz "pulou" para o homem, mas acredita-se que tenha ocorrido por volta de 1940 e por meio de alguma ferida em contato com sangue contaminado quando um ser humano preparava a carne de chimpanzé para a alimentação. Alguns cientistas acreditam que a transmissão dos chimpanzés para o homem pode ter ocorrido várias vezes, o que explicaria os diferentes tipos de HIV. Os cientistas de Nottingham chegaram a suas conclusões ao analisar os vírus SIV de 30 espécies de macacos africanos. O resultado da pesquisa foi publicado na revista Science.

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