A ciclovia do Prefeito Eduardo Paes não resistiu a uma ressaca
Por Mário Augusto Jakobskind, do Rio de Janeiro: A ciclovia do Prefeito Eduardo Paes não resistiu a uma ressaca. Foi dinheiro jogado fora e ainda por cima com a possibilidade da existência de cinco vítimas. Paes é um falastrão, conta com apoio da mídia conservadora e aparece como uma figura política promissora, quando se sabe que não passa de um medíocre, produto da decadência política que atravessa o Brasil. O desabamento pela ressaca de parte da ciclovia que liga o bairro do Leblon a São Conrado é prova de incompetência e de irresponsabilidade do Prefeito Paes, que quer de todas as formas eleger o seu sucessor e se cacifar para voos mais altos na política brasileira. Paes apresentou a obra como a mais importante de sua administração. Paes estava cuidando da escolha do candidato à sucessão na Prefeitura. Inicialmente escolheu um tal de Pedro Paulo, espancador da ex-mulher, que deixou a secretaria que ocupava para votar em favor do impeachment de Dilma Rousseff. Agora, diante do desgaste que representa o indicado, que é recebido onde aparece em público com os gritos de “Lei Maria da Penha”, em referência ao espancamento, Paes está se reconciliando com o ex-prefeito Cesar Maia, segundo a Carta Capital, para indicá-lo como candidato e de quebra se reaproximando do filho Rodrigo Maia. E assim caminha a política brasileira, cujos parlamentares evocam Deus indevidamente e citam os parentes sabendo que quase todos os canais de televisão acompanhavam a votação. Vergonha das vergonhas para o Brasil, que está novamente ocupando o noticiário internacional, desta vez com a tragédia carioca da ciclovia. Outro fato a destacar nestas horas se refere ao bombardeio de cidadãos acima de qualquer suspeita contra a Presidenta Dilma Rousseff pelo fato dela viajar a Nova York, para falar na ONU, e provavelmente denunciar que está sendo vítima de um golpe branco, que representa a votação favorável ao impeachment sem ela ter cometido crime de responsabilidade. Enquanto isso, Michel Temer segue se reunindo com figuras políticas lamentáveis, entre as quais Moreira Franco e Romero Jucá, para não falar de outros do mesmo naipe. Moreira Franco governou o Estado do Rio de Janeiro, elegendo-se no embalo do Plano Real. Fez um governo lamentável e procurou destruir o projeto dos CIEPs de Leonel Brizola, simplesmente pelo fato de ser um projeto apresentado por um político adversário. Só esse fato dá bem a ideia de quem é Moreira Franco, que continuou circulando no medíocre PMDB e isso depois de ter sido, em 1982, o candidato apoiado pelo General João Figueiredo e outros políticos apoiadores da longa noite escura vivida pelo Brasil na ditadura. Moreira Franco transformou-se em integrante do staff golpista do traidor Michel Temer, também um político menor que há anos vive de conchavos e agora está para se tornar Presidente da República, também conhecido como o Café Filho do século XXI, numa referência a outro traidor que foi vice de Getúlio Vargas e aderiu à conspiração que acabou com a morte do Presidente em 24 de agosto de 1954. Podem anotar, da mesma forma que o antigo Café Filho, Michel Tener vai acabar no lixo da história do Brasil. É uma questão de tempo, sobretudo depois que assumir mesmo a Presidência da República com a efetivação do golpe branco e tentar levara adiante o projeto desencadeado por Fernando Henrique Cardoso de vender estatais a preço de banana. Está nos planos de Temer, segundo a revista golpista Veja, privatizar a Caixa Econômica e o Banco do Brasil, bem como conceder facilidades às multinacionais do setor petrolífero. Em suma, o Brasil vai de mal a pior e o Rio de Janeiro, seja a cidade ou o Estado acompanham a débâcle com o desabamento de uma ciclovia e ainda com o não pagamento de salários a funcionários, aposentados e pensionistas que recebem mais de dois mil reais. O Estado do Rio virou uma Grécia, onde aposentados também deixaram de receber salários, para que o governo pagasse tributos aos bancos europeus. O Brasil e a Grécia mereciam melhores condições de vida política e econômica. Para cúmulo dos cúmulos o conservadorismo reforça figuras como Michel Temer, Moreira Franco, Romero Jucá e Eduardo Paes, isso depois de durante muito tempo a mídia conservadora colocar o ex-governador Sérgio Cabral nas alturas.Pobre Brasil!
Mário Augusto Jakobskind, jornalista e escritor, correspondente do jornal uruguaio Brecha; membro do Conselho Curador da Empresa Brasil de Comunicação (TvBrasil). Consultor de História do IDEA Programa de TV transmitido pelo Canal Universitário de Niterói, Sede UFF – Universidade Federal Fluminense Seus livros mais recentes: Líbia – Barrados na Fronteira; Cuba, Apesar do Bloqueio e Parla , lançados no Rio de Janeiro.
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