Rio de Janeiro, 21 de Janeiro de 2025

China inicia contatos com o Dalai Lama, exilado desde 1959

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Sexta, 13 de Junho de 2003 às 01:03, por: CdB

O governo da China reconheceu que está em contato com o Dalai Lama, exilado na Índia desde 1959, após a conclusão de uma visita de quatro enviados do líder espiritual budista às autoridades chinesas, informou nesta sexta-feira a imprensa local. Esta é a segunda visita à China em poucos meses de delegados do Dalai Lama, liderados por Lodi Gyaltsen Gyari, para melhorar as relações com Pequim e negociar o eventual retorno do líder espiritual, exilado na cidade indiana de Dharamsala após uma revolta tibetana contra as forças de ocupação chinesas em 1959. A China insiste em que o Exército de Libertação Popular (ELP), "libertou" o Tibete do regime feudal dirigido pela comunidade monástica budista em 1950, enquanto que os religiosos e grupos de organizações humanitárias alegam que foram ocupados por forças invasoras. - A política do governo central com relação ao Dalai Lama continua sendo consistente, clara e não mudou - disse na quinta-feira o porta-voz do ministério de Exteriores chinês em referência à visita, embora tenha reconhecido que "as linhas de comunicação com o Dalai Lama estão abertas". Pequim cortou todos os laços de comunicação com o Dalai Lama, depois que este nomeou um rapaz tibetano como a reencarnação do Panchen Lama, a segunda autoridade religiosa depois dele, na década de noventa. A China reagiu nomeando outro rapaz como Panchen Lama e proibiu os tibetanos de terem qualquer imagem de teu líder. A visita do enviado, que partiu esta semana após duas semanas no país, poderia ser o primeiro passo para encontrar uma solução política para um problema que ofusca a imagem da China na comunidade internacional, asseguram os analistas. O Dalai Lama, que conta com a simpatia de grande parte da comunidade internacional e organizações de direitos humanos, declarou várias vezes que não procura a independência do Tibete, mas um maior grau de autonomia do que a atual e que sejam preservados os costumes, língua e religião de sua terra natal. Já Pequim acha o contrário, acreditando que interessa ao religioso a independência da atual Região Autônoma chinesa.

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