Chanceler destaca importância da cooperação com países da região amazônica

O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, ressaltou hoje, ao inaugurar a sede da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA), a importância da cooperação de outros países com os oito membros da organização: Bolívia, Equador, Colômbia, Guiana, Peru, Suriname, Venezuela e Brasil. Segundo o ministro, que representou o presidente Lula durante a solenidade, a participação dos outras nações pode ser enriquecedora.

"O tema da cooperação amazônica é fundamental para nós, e não excluímos desta cooperação os outros países sul-americanos, nem a França, por estar do nosso lado. No Amapá, os problemas não serão resolvidos, se a França não nos ajudar. Isso foi algo que descobri durante uma comissão mista: a mosca da carambola (praga que ataca cerca de 30 espécies de frutos carnosos) existe na Guiana Francesa, aparentemente de maneira mais abundante que no Amapá", disse ele.

O ministro destacou, no entanto, que é preciso ser "zeloso sem ser ciumento", cuidando dos recursos naturais, sem considerá-los patrimônio da humanidade, mas levando em conta o impacto sobre a humanidade. "Temos que cuidar com atenção dos nossos recursos naturais sabendo que pertencem aos nossos países, que eles não podem ser dissolvidos num pretenso patrimônio da humanidade, porque ninguém pensou em distribuir o petróleo. Então a água e os recursos florestais não são recursos da humanidade, mas devem ser utilizados de maneira consciente, tendo presente o impacto que têm para o resto da humanidade", ressaltou.

Amorim afirmou que, além da questão física, com a inauguração da sede, a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica ganha condições adequadas de trabalho e novos projetos. "Todos sabemos como é importante a nossa cooperação na área do meio ambiente, da ciência e tecnologia, ligada à floresta e da água, mas há outros desafios que nos aguardam na Amazônia, ligados à saúde, ao desenvolvimento sustentável", disse.