Uma aliança da Força Itália, de Silvio Berlusconi, e da anti-imigrante Liga Norte conquistou 55 % dos votos em Genoa, cidade portuária do norte italiano
Por Redação, com Reuters - de Roma:
Partidos de centro-direita da Itália derrotaram os rivais de centro-esquerda em eleições municipais, segundo resultados oficiais divulgados nesta segunda-feira, pressionando o governista Partido Democrático (PD) antes de uma votação nacional prevista para ocorrer em menos de um ano.
Uma aliança da Força Itália, de Silvio Berlusconi, e da anti-imigrante Liga Norte conquistou 55 % dos votos em Genoa. Cidade portuária do norte italiano que era um bastião da esquerda e que agora a direita irá governar pela primeira vez em mais de cinco décadas.
O líder do PD, Matteo Renzi, que vem ensaiando uma volta desde que renunciou como primeiro-ministro em dezembro. Ele foi o grande derrotado da votação de domingo. Embora as pesquisas mostrem que sua sigla ainda é uma das mais populares nacionalmente.
– Poderia ter sido melhor – disse Renzi em uma postagem no Facebook logo de manhã. "O resultado geral não é grande coisa. Algumas derrotas doem, começando por Genoa e L'Aquila". Escreveu, referindo-se à outra cidade que foi um reduto da esquerda e que agora está nas mãos da direita.
O líder da Liga Norte, Matteo Salvini, disse que o desfecho em Genoa é prova de que o atual premiê, Paolo Gentiloni, perdeu o apoio do país e deveria entregar o cargo.
– Hoje Gentiloni deveria renunciar – disse Salvini. "Os italianos querem mudança".
A centro-esquerda governou a Itália durante quatro anos. Tempo durante o qual a economia cresceu somente metade da média da zona do euro. Três premiês diferentes do PD tiveram dificuldade de proteger um sistema bancário estrangulado por empréstimos ruins. E de lidar com meio milhão de imigrantes que chegaram ao país de barco oriundos da África.
O comparecimento de 46 % foi muito baixo para os padrões italianos. Muitos dos 4,3 milhões de eleitores registrados provavelmente preferiram ir à praia no domingo de verão do que às urnas.
Votação
A votação de domingo foi uma das últimas antes da eleição geral prevista para o final de 2018. Mas pode não ser um indicador confiável do que irá acontecer então. O sistema de votação nominal usado no nível municipal, que favorece coalizões, pode não se repetir em nível nacional, no qual agora existe um sistema proporcional em vigor.
O resultado do final de semana pode ajudar a unir partidos de centro-direita que competem em nível nacional. Seu desempenho robusto leva a crer que, caso se unam sob um único líder, serão uma força respeitável na eleição geral.
– A centro-direita precisa estar unida para governar, não importa qual seja a lei eleitoral – disse Renato Brunetta, líder da Força Itália na câmara baixa do Parlamento.