O volume de 40 mil litros de água tratada por segundo, produzido pela Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), e as análises laboratoriais de controle de qualidade que monitoram a presença de cyanobacterias na água bruta captada pela estação de tratamento de água (ETA)do Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, foram um dos pontos altos da The AWWA Annual Conference and Exposition 2005, evento realizado pela AWWA - American Water Works Association, neste mês, em San Francisco, Estados Unidos.
Técnicos sanitaristas americanos e de diversos países compareceram ao evento, considerado o maior da área de água e esgotos em todo o mundo. A Cedae foi representada pelo superintendente de Guandu-Lameirão, engenheiro Edes Fernandes de Oliveira, acompanhado do chefe do Serviço de Controle Microbiológico da ETA do Guandu, Marcos Consoli, e da bióloga Maria Carolina Soares, do Programa de Controle de Qualidade da companhia.
Os três fizeram uma exposição sobre o trabalho <i>ETA do Guandu - A estação de tratamento de água do Estado do Rio de Janeiro e a legislação brasileira sobre cyanobacterias</i>, feito com a colaboração das biólogas Eliane Branco, ex-chefe do Serviço de Controle Microbiológico do Guandu, e Vera Huszar, especialista em algas do Museu Nacional da UFRJ(Universidade Federal do Rio de Janeiro), participando a seguir de uma mesa de debates sobre o tema.
Fruto de um estudo de mais de dois anos sobre o comportamento das cyanobacterias no ecossistema da bacia hidrográfica do Guandu, o trabalho teve grande repercussão entre os participantes do congresso, que fizeram perguntas, todas respondidas, ficando os técnicos estrangeiros impressionados com o porte da ETA do Guandu e com o trabalho de controle de qualidade desenvolvido, que garante o abastecimento para nove milhões de habitantes da Região Metropolitana.
O trabalho será reapresentado no 23º Congresso Brasileiro de Engenharia Sanitária e Ambiental, promovido pela Associação Brasileira de Engenharia Sanitária e Ambiental (Abes), de 18 a 23 de setembro, em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e deve despertar muita atenção, porque as cyanobacterias são uma grande preocupação para todas as companhias de tratamento de água.
Esses microorganismos confundem-se com algas e podem produzir gosto e odor desagradável na água, além de desequilibrar ecossistemas aquáticos. O mais grave é que alguns liberam toxinas, difíceis de retirar pelos sistemas de tratamento da água, sendo, portanto, necessário manter vigilância permanente quanto à proliferação deles nos mananciais que abastecem as cidades.