Rio de Janeiro, 18 de Dezembro de 2024

Catalunha não planeja eleição antecipada, diz Raul Romeva

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Quarta, 18 de Outubro de 2017 às 07:25, por: CdB

O governo espanhol ameaçou colocar a Catalunha, que representa um quinto da economia, sob controle central direto caso seu governo não abandone a independência

Por Redação, com Reuters - de Bruxelas/Barcelona:

O governo regional da Catalunha não planeja realizar uma eleição antecipada após o contestado referendo de independência, afirmou o chefe de Relações Exteriores da região.

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Chefe de Relações Exteriores da Catalunha, Raul Romeva, durante coletiva de imprensa em Bruxelas, na Bélgica Protesto em Barcelona contra prisão de líderes separatistas

– Eleições não estão sobre a mesa agora – disse Raul Romeva, em coletiva de imprensa em Bruxelas, nesta quarta-feira.

Exigência do governo

A Catalunha se recusou na terça-feira a aceitar a exigência do governo espanhol de renunciar uma declaração simbólica de independência; colocando-a em uma rota de colisão política com Madri nesta semana.

O governo espanhol ameaçou colocar a Catalunha, que representa um quinto da economia; sob controle central direto caso seu governo não abandone a independência até quinta-feira.

Mas o governo da Catalunha rejeitou o prazo do primeiro-ministro Mariano Rajoy.

– Desistir não faz parte dos cenários deste governo – disse o porta-voz do governo catalão, Jordi Turull. “Na quinta-feira, nós não daremos nada diferente do que demos na segunda-feira.

A maior crise política da Espanha em décadas se agravou na noite de segunda-feira; quando o Supremo Tribunal de Madri determinou a prisão dos chefes dos dois principais grupos separatistas da Catalunha pendendo uma investigação por suposta insubordinação.

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O governo catalão acusou Madri de deter “prisioneiros políticos”; e dezenas de milhares de manifestantes reuniram-se ao longo da avenida Diagonal, em Barcelona, para pedir a libertação deles.

As pessoas levantaram velas acesas, assobiaram e gritaram “liberdade” e “fora forças de ocupação”.

– Não deveria haver prisioneiros políticos em um país democrático no século XXI. Este país não é democrático. Estou aqui para apoiar a democracia – disse Alicia Cabreriza, programadora de computação, de 26 anos.

Os protestos terminaram pacificamente por volta das 18h (horário de Brasília).

O líder catalão, Carles Puigdemont, em um tuíte após as detenções; disse: “Infelizmente, nós temos prisioneiros políticos novamente”.

Ditadura militar

A frase foi uma alusão à ditadura militar sob Francisco Franco; quando a cultura e língua catalã foram sistematicamente reprimidas. A publicação carrega uma ressonância emotiva; uma vez que o fascismo ainda é uma memória viva para muitos espanhóis.

O ministro da Justiça, Rafael Catala, respondeu dizendo que a prisão dos líderes da Assembleia Nacional Catalã; e Omnium foi uma decisão judicial, e não política.

– Nós podemos falar de políticos na prisão, mas não de prisioneiros políticos – disse. “Estes não são prisioneiros políticos porque a decisão da prisão foi por conta de um (suposto) crime.”

A crise aprofundou divisões no coração da jovem democracia espanhola; destacando o complexo senso de nacionalismo na quarta maior economia da zona do euro. Em Madri, moradores enfeitaram suas casas com bandeiras nacionais espanholas; enquanto prédios em Barcelona estavam repletos de bandeiras catalãs.

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