A Cooperativa dos Catadores de Lixo e Reciclagem 100 Dimensão realiza neste domingo um encontro para debater a questão ambiental e para conscientizar as pessoas da importância da preservação do meio ambiente na geração de renda. O 1º Encontro Sócio-Ambiental, em comemoração ao Dia Internacional do Meio Ambiente, está sendo realizado na cidade satélite de Riacho Fundo II, a 25km de Brasília.
Promovido pela entidade, em parceria com a Caixa Econômica Federal e o Sebrae, o encontro deve reunir, até o final do dia, cerca de mil pessoas que poderão participar de palestras e oficinas educativas relacionadas à questão ambiental.
- Nós estamos formando o gestor ambiental, porque ele vai estar ajudando a limpar a natureza e a gerar renda em sua comunidade - destacou a presidente da cooperativa, Sônia da Silva.
A 100 Dimensão existe há seis anos e foi criada por antigos moradores de ruas e catadores de papel, que hoje se orgulham de trabalhar em um emprego que gera renda e ajuda outras pessoas. Atualmente, a cooperativa tem 130 integrantes que trabalham na separação e reciclagem do lixo e, beneficia outras duas mil pessoas indiretamente, através de cursos de teatro, reciclagem, artesanato, hip hop e circo, no projeto Empreendendo Arte.
- Cada pessoa que participa, aprende a separar seu próprio lixo e ainda mobiliza outras três pessoas - comemora Sônia.
Os catadores conseguem reciclar cerca de 100 toneladas de lixo por mês. O material é recolhido, principalmente, em condomínios e órgãos públicos, como a Presidência da República e o Supremo Tribunal Federal.
- Esperamos aumentar nossa capacidade, até o final desse ano, para 400 toneladas - explicou ela.
Para a catadora de lixo, Juciara da Conceição, a cooperativa foi a chance que precisava para encontrar um emprego e resgatar sua cidadania. Juciara morou na rua durante sua adolescência e, depois de passar por um orfanato, encontrou ajuda dos catadores de papel, que a receberam há quatro meses.
- Com 19 anos eu já estava grávida da minha filha e não tinha para onde ir. Procurei ajuda e eles me receberam bem.
Ela conta que aprendeu a respeitar o meio-ambiente e ainda conseguiu mudar sua vida, antes ligada à violência das ruas.
- Antes eu estava entre a vida e a morte. Hoje eu me reciclei, aprendi com as meninas (da cooperativa) e hoje sei que é importante preservar e a conservar o meio-ambiente - disse ela.