O presidente cubano, Fidel Castro, advertiu hoje, quinta-feira, que se os EUA chegassem a atacar militarmente seu país "sofreriam sua maior e mais vergonhosa derrota".
Castro interveio hoje em reunião da Assembléia Nacional do Poder Popular (parlamento) que analisou as recentes medidas restritivas aprovadas pelo governo americano para aumentar o embargo contra a ilha, vigente desde 1960.
"Sabemos que temos um adversário poderoso, com tecnologia e armamento, mas órfão de idéias", disse Castro, convencido de que "este império não vai ter a duração do Império Romano".
"Este é o país mas forte com o qual os EUA podem se chocar hoje em dia. É o país mais preparado. Ele aprendeu a adivinhar o que vai acontecer com ele", insistiu.
Castro lembrou que, em seus dois discursos dirigidos ao presidente George W. Bush em 14 de maio e 21 de junho, advertiu que Cuba não quer guerra, mas que tem convicções e a decisão de se defender caso haja um confronto armado.
Em sua intervenção, Castro assegurou que o ritmo dos eventos lhe dá a certeza de que o "império" (EUA) está em plena decadência e lembrou como os maiores erros e atos estúpidos do Império Romano foram cometidos justamente em sua etapa de decadência.
Ao se referir à análise feita na Assembléia pelos legisladores das medidas adotadas por Washington, afirmou que tinha sido "um debate sério sobre um documento nada sério, mas que havia que levá-lo muito a sério".
O líder da revolução cubana ressaltou que seus compatriotas estão preparados em todos os campos com "enormes trincheiras de pedra e de idéias", no momento em que o governo dos Estados Unidos "está sendo condenado a uma crise e o mundo vive uma ordem insustentável e insuportável".
Ontem, o governo de Bush deu início às novas restrições em relação a Cuba, medidas com as quais pretende acelerar a transição desse país para a democracia.
Estão limitadas as viagens dos cubanos que vivem nos EUA à ilha e o envio de remessas de dólares e produtos para seus familiares, o que causou mal-estar entre uma parte do exílio cubano.
Castro insistiu na idéia de evitar qualquer confronto militar com os EUA, mas afirmou que com a mesma determinação que denúncia esta nova escalada.
"Cuba está disposta a lutar, a se defender e a garantir que, se houver um ataque, o Império sofrerá sua maior e mais vergonhosa derrota".