Casa Branca diz que não precisa de autorização da ONU para atacar Iraque

O Governo dos Estados Unidos poderá atuar unilateralmente se concluir que o Iraque violou a resolução aprovada na sexta-feira pelo Conselho de Segurança da ONU, afirmou neste domingo o chefe de gabinete da Casa Branca, Andrew Card. "Não precisamos de uma autorização da ONU para uma ação militar", disse Andrew. Sobre uma resposta do Iraque às determinações do Conselho de Segurança, ele afirmou que o presidente iraquiano, Saddam Hussein, a partir de agora só pode dizer "sim", porque não tem mais a opção do "não". Em entrevista à NBC, Card disse ainda não acreditar que Saddam Hussein possa sobreviver ao desarmamento em seu país. "Penso que uma mudança no regime será uma conseqüência inevitável do desarmamento", afirmou. Falando à CNN, o secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, também disse, neste domingo, que os Estados Unidos não ficarão restritos a uma decisão da ONU. Powell afirmou que o Conselho de Segurança vai reunir-se imediatamente para julgar o que deverá ser feito, caso o chefe dos inspetores da ONU informe que o Iraque não cumpriu com o desarmamento. "Tolerância zero" Mas, havendo discordância no Conselho de Segurança para uma segunda resolução, autorizando o uso da força, os Estados Unidos não ficarão dependentes da ONU para dar uma resposta. "Se a ONU não quiser dar a autorização, os Estados Unidos, juntos com países alinhados, irão desarmar Saddam Hussein à força", acrescentou. O Governo norte-americano terá "tolerância zero" na questão do trabalho dos inspetores de armas no Iraque e qualquer violação da resolução do Conselho de Segurança terá como resposta um ataque militar esmagador, com ou sem a aprovação da ONU, disse Condolleezza Rice, conselheira de segurança nacional do presidente George W. Bush. Rice acrescentou via com "muito ceticismo" a possibilidade de o presidente iraquiano Saddam Hussein cumprir com as determinações do Conselho de Segurança da ONU.