A morte do ministro e relator dos processos da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, na queda de avião, semana passada, em Paraty (RJ), deixou algumas questões pendentes para Cármen Lúcia
Por Redação - de Brasília
Presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) e plantonista durante o recesso do Judiciário, a ministra Cármen Lúcia permanecerá na Capital Federal, durante este fim de semana. Ela quer avaliar e decidir-se sobre as delações de 77 executivos da empreiteira Norberto Odebrecht. O gabinete da ministra ficará ativo, durante os próximos dias, em virtude do volume de trabalho que a magistrada assumiu. Depende de seu julgamento o ritmo que o processo da Lava Jato alcançará nos próximos dias.
Apesar da celeridade aos processos referentes à delação da Odebrecht, é pouco provável, segundo analistas políticos ouvidos pela reportagem do Correio do Brasil, que a ministra convoque a mídia para anunciar sua decisão acerca das homologações.
Cármen Lúcia é a
plantonista do STF
O ritmo mais intenso no julgamento do processo, ainda de acordo com atores da cena política, ocorre devido à presença de um número jamais visto de suspeitos, com foro privilegiado, no âmbito das investigações. Entre eles o presidente de facto, Michel Temer, e vários de seus colaboradores.
A morte do ministro e relator dos processos da Lava Jato no STF, Teori Zavascki, na queda de avião, semana passada, em Paraty (RJ), deixou algumas questões pendentes. Coube à ministra Cármen Lúcia a tarefa de julgar as homologações e a definição da escolha para a relatoria do processo.
Momento adequado
Analistas avaliam que, a qualquer tempo, nos próximos dias, a presidente do STF poderá definir os destinos dos executivos implicados no processo de delação premiada. Entre eles do ex-executivo Marcelo Odebrecht. No posto de plantonista do STF, durante o recesso, compete à magistrada a decisão de questões urgentes, até o dia 31 de janeiro.
A tese de que Cármen Lúcia poderá apresentar uma decisão sobre as delações, nas próximas horas, ganha força no pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot. Ele encaminhou ao STF, na última terça-feira, um pedido de urgência para a homologação das delações. Com base na requisição, a presidente do Supremo poderá autorizar as homologações antes do início dos trabalhos, no dia 1º de fevereiro.
A abertura do ano judiciário, prevista para a próxima quarta-feira, seria assim um momento adequado para a ministra anunciar sua decisão.