Um cardeal de relevo no Vaticano disse nesta terça-feira que o terrorismo é uma nova guerra mundial e luta-la pode envolver a perda de algumas liberdades civis.
- Nos entramos na Quarta Guerra Mundial - disse o cardeal Renato Martino, chefe do Conselho de Justiça e Paz do Vaticano, para quem a Guerra Fria foi a Terceira Guerra Mundial.
Ele teceu os mesmos comentários em jornais italianos nesta terça-feira.
- Eu acredito que estejamos no meio de outra guerra mundial. E isso envolve absolutamente todo mundo, porque nós não sabemos o que vai acontecer quando deixamos um hotel, quando pegamos um ônibus, quando vamos a um café. A guerra em si está se estabelecendo ao lado de cada um e de todos nós. Cada estado tem que lançar mão das melhores práticas policiais possíveis e isso, naturalmente, vai afetar algumas liberdades pessoais. Estados têm que executar uma política de defesa - disse ele.
Martino, que serviu por muitos anos como embaixador do papa João Paulo II nas Nações Unidas, se opôs à guerra no Iraque e no ano passado criticou o tratamento dispensado pelos Estados Unidos ao ex-líder iraquiano Saddam Hussein após sua captura. Ele disse à época que os EUA trataram Saddam "como uma vaca".