Candidatos são presos por boca de urna no Rio
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Domingo, 05 de Outubro de 2014 às 10:27, por: CdB
Os fiscais do Tribunal Regional Eleitoral do Rio de Janeiro (TRE-RJ) prenderam, na manhã deste domingo, 15 candidatos por boca de urna. Foram cinco na capital e dez nas outras zonas eleitorais. Além dos candidatos a deputado estadual Bombeiro Nascimento (PROS), Dr. João Batista (PT) e Marcelo Borges (PDT), divulgadas anteriormente, foram presos na capital Everton Gomes (PDT), candidato a deputado federal, e Maurício Araújo (Solidariedade), que concorre uma vaga na Assembleia Legislativa. Todos foram encaminhados a delegacias para o registro da ocorrência.
Até o momento, foram presas 162 pessoas no Estado. Os candidatos e cabos eleitorais detidos podem receber pena de seis meses a um ano de prisão ou prestação de serviços à comunidade, além de multa de R$ 12 mil a R$ 37 mil.
De acordo com a diretora-geral do TRE-RJ, Adriana Brandão, tudo transcorre dentro da normalidade. Até o momento, foram substituídas 402 urnas eletrônicas. Em Niterói, segundo a diretora, as filas ocorrem por causa da identificação biométrica, que pode ser um pouco mais demorada.
Santinhos
As ruas da cidade do Rio de Janeiro amanheceram cobertas de santinhos. Do Leblon ao centro, papéis com os números de candidatos foram jogados em ruas residenciais e encontrados aos montes em frente aos locais de votação. Os panfletos pertenciam a candidatos de vários partidos e incomodaram quem acordou cedo para votar.
Nas ruas do Leblon, a eleitora Isabela da Silveira lembrou que em todas as eleições a situação se repete. "O que incomoda é ver a conivência dos candidatos com esse tipo de prática 'suja'", reclamou. Em Laranjeiras, além dos santinhos, foi possível notar pontos de boca de urna em frente aos locais de votação.
Na tradicional Rua do Catete, no Catete, os santinhos cobriam as calçadas em frentes às escolas usadas como pontos de votação. Uma jovem de 17 anos, que vota pela primeira vez e preferiu não se identificar, disse que é decepcionante esta situação. "É triste ver isso. Ver que os candidatos querem nos convencer com propostas novas usando práticas atrasadas, de sujar a cidade". Para a jovem, pessoas que sujam a cidade deveriam ficar inelegíveis.
Na Baixada Fluminense, a situação é semelhante. Morador e eleitor de São João de Meriti, Jorge da Silva Augusto, conta que, em alguns lugares, o que se via "era um rio de santinhos", disse.
No bairro da Posse, em Nova Iguaçu, as ruas também estavam tomadas por santinhos. A eleitora Cristina Helena Monteiro destacou que durante o período eleitoral os candidatos tiveram tempo suficente para divulgar sua plataforma, seu nome, número de inscrição e que, no dia da eleição, toda essa sujeira é desnecessária.
Em parte da Zona Oeste, as ruas também amanheceram da mesma forma. No início da manhã, carros ainda podiam ser vistos lançando grandes quantidades de papel nas ruas e calçadas. Em Campo Grande, bairro mais populoso da região, a sujeira podia ser vista por toda parte, piorando nos arredores das zonas eleitorais. Em alguns desses locais, pessoas também entregavam propaganda eleitoral aos pedestres.
Na Pedra de Guaratiba, também na Zona Oeste, grande quantidade de papel com fotos e números de candidatos já podia ser encontrada desde a noite deste sábado, perto de escolas municipais e outros prédios que recebem eleitores.