O jornal The New York Times traz neste domingo uma matéria sobre as eleições internas do Partido dos Trabalhadores. Segundo a publicação, as possibilidades de escolha dos 800 mil membros do PT, que devem eleger o novo presidente do partido neste domingo, não são muito "boas de engolir" (unpalatable, no original).
A reportagem afirma que os filiados podem manter a liderança "manchada" pelos escândalos ou eleger uma turma de reforma que defende o retorno de políticas econômicas repeditamente rejeitadas pelos eleitores.
O NYT afirma até poucos meses atrás, o PT era visto como o maior exemplo da América Latina de um partido da alta-esquerda dentro da social-democracia. Mas que agora, no que o jornal chama de maior escândalo de corrupção da história do Brasil, o PT está tentando se reagrupar para conseguir disputar as próximas eleições.
O jornal também fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A matéria afirma que Lula, aparentemente preocupado com a possibilidade de o escândalo atingi-lo pessoalmente e afetar suas chances de reeleição, vêm tentando se manter distante do partido que ajudou a fundar. "O presidente, criticado no início de seu governo por misturar o partido e o governo ao usar um alfinete de lapela com a estrela vermelha do partido, não votou no primeiro turno da eleição do partido e explicou sua ausência com uma resposta enigmática: 'Eu não votei porque não votei'."
A matéria do The New York Times é assinada pelo jornalista Larry Rohter. No ano passado, Rother acusou o presidente Lula de alcoolismo e má administração e quase teve suspenso o seu visto de permanência no Brasil.