O atual cenário cambial, com o dólar a R$ 2,70, leva a indústria processadora de suco de laranja brasileira a reduzir custos e investimentos, de acordo com a Associação Brasileira dos Exportadores de Cítricos (Abecitrus).
- O setor (exportador de suco de laranja) está sendo muito prejudicado. A tendência é adiar investimentos e adotar um programa adicional de redução de custos - afirmou o presidente da Abecitrus, Ademerval Garcia.
Não há alternativas para a indústria produtora de suco de laranja brasileira, pois praticamente toda a sua produção é vendida no Exterior, lembra Garcia.
- Nós já exportamos com o real valendo 83 centavos de dólar e também com o dólar custando quatro reais. O problema agora é que o setor já trabalha com margens comprometidas e os custos de produção e de logística subiram muito - explicou Garcia. - Em virtude das ameaças internacionais, portos precisaram ser adaptados e o custo do frete aumentou muito.
Os primeiros custos e investimentos a serem cortados ou congelados, na opinião do executivo, serão em pesquisa, tanto para o produtor da fruta quanto para a indústria.
- O Fundecitrus (Fundo de Defesa da Citricultura) vai ter mais problema, pois faz parte do custo dos dois lados e não tem como explicar para o produtor que é preciso aumentar o investimento em pesquisa nesse momento, pois ele também vende em dólar - explicou Garcia, que também preside a entidade de pesquisa mantida pela indústria e pelo c itricultor, com um orçamento anual de US$ 15 milhões.
- As tecnologias e pesquisas mais sofisticadas serão suspensas até que o cenário mude - disse.