A votação das 44 emendas e oito destaques à reforma tributária vai ser realizada em uma sessão extraordinária na Câmara dos Deputados marcada para esta quarta-feira. Nesta terça-feira, o presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), resolveu adiar a decisão sobre as alterações no texto em uma tentativa de estabelecer um acordo com a oposição, e especialmente com o PFL.
João Paulo explicou que o acordo pretende agilizar a conclusão da votação da reforma tributária. Conforme o presidente da Câmara, o governo já aceitou diversas reivindicações apresentadas pelo PSDB e pelo PFL, mas falta ainda acatar outros pleitos, principalmente os de pefelistas. Otimista, ele acredita no acordo para que seja elaborada uma emenda aglutinativa englobando os pleitos da oposição, que o governo venha a aceitar.
O líder do PFL, deputado José Carlos Aleluia (BA), disse que aguarda uma posição do governo em relação as propostas do PFL para que seja selado um acordo que viabilize a votação das emendas e destaques. João Paulo Cunha disse que o relator do texto, deputado Virgílio Guimarães (PT-MG), elaborou uma emenda aglutinativa com mudanças ao texto básico aprovado na semana passada, mas PFL e PSDB fizeram uma contraproposta ao não verem todos os seus pedidos atendidos.
O governo insiste no acordo com os dois partidos para reduzir o número de emendas a serem votadas e, dessa forma, agilizar a conclusão do primeiro turno da reforma na Câmara. Com pressa, o governo gostaria que a Câmara realizasse o segundo turno de votação já na próxima semana, mas é necessário um intervalo de cinco sessões entre a conclusão do primeiro turno e a segunda rodada.
"O governo cedeu na medida certa. Se fosse em excesso, a reforma estaria desfigurada", explicou o vice-líder do governo, Vicente Cascione (PTB-SP).