Rio de Janeiro, 21 de Janeiro de 2025

Câmara discute crise dos hospitais universitários

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Quarta, 09 de Abril de 2003 às 10:19, por: CdB

A crise nos hospitais universitários e de ensino do País foi debatida nesta terça-feira, em audiência pública, na Comissão de Seguridade Social. Representantes de universidades e do Governo Federal discutiram uma saída para enfrentar o problema. A realização de concurso público para a contratação de pessoal e a destinação de verba extra de R$ 100 milhões foram anunciadas pelo Governo como remédio para tentar tirar essas instituições da UTI. Atualmente, o Brasil dispõe de 154 hospitais universitários cadastrados no Sistema Único de Saúde. A necessidade de orçamento próprio e de reformular o atual modelo de gestão dos hospitais foi apontada como a principal medida para sanar a crise financeira do sistema. Segundo dados do Ministério da Saúde, a dívida dos hospitais universitários hoje é de cerca de R$ 250 milhões. Durante audiência, o representante do Ministério da Saúde, Arthur Choro, disse que o Governo já autorizou, em caráter emergencial, a realização de concurso público para suprir a necessidade de pessoal. O concurso deverá acontecer em julho e serão onze mil novas vagas para profissionais da área de saúde. Além disso, os ministérios da Educação da e Saúde vão liberar, ainda neste ano, R$ 100 milhões para os hospitais universitários federais do País. Para ele, a crise dos hospitais universitários é crônica e que o atual Governo está enfrentando problemas herdados. Choro defende a mudança imediata do modelo de financiamento e de assistência dos hospitais universitários, e anunciou que o ministro da Saúde, Humberto Costa, está negociando com o BNDES uma linha de financiamento para resolver a situação. Ele informou também que todos esses hospitais terão seus certificados revistos. Para o presidente da Associação Brasileira dos Hospitais Universitários, Amâncio de Carvalho, as medidas anunciadas não cobrem as demandas, mas já representam avanço. Amâncio ressalta que a crise de financiamento no setor foi provocada pelo modelo de remuneração adotado pelo Governo. No caso dos hospitais filantrópicos, ele explica que a defasagem da tabela do SUS tem feito com que menos de 40% dos gastos com os serviços sejam compensados. Os atrasos para o faturamento das despesas pelo SUS, são, em média, de cinco a sete meses. "Não é preciso rever os valores de todos os procedimentos da tabela do SUS, porque alguns deles estão em uma situação relativamente boa, mas de alguma forma é preciso reforçar o fluxo de caixa dos hospitais filantrópicos", disse. Ele cita como exemplo da participação dessas instituições no atendimento público o caso das cirurgias cardíacas: 50% delas são feitas por hospitais universitários. Integrantes da Comissão de Seguridade Social sugeriram, durante o encontro, a participação de parlamentares na recém lançada Comissão Intrainstitucional criada para apresentar saídas para a crise dos hospitais universitários.

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