O presidente norte-americano, George W. Bush, rejeitou neste sábado pedidos de retirada das tropas do Iraque e tentou conter a impaciência crescente com a guerra dizendo que a mesma é um "teste vital" para a segurança americana.
"A missão não é fácil, e não será realizada da noite para o dia", disse Bush em seu discurso semanal no rádio.
Sofrendo novos ataques pela invasão do Iraque em março de 2003, Bush descreveu o conflito como parte da guerra mais ampla contra o terrorismo. Ele disse que a estabilização do Iraque e o controle da insurgência eram importantes para os interesses norte-americanos.
"Algumas pessoas podem discordar da minha decisão de tirar Saddam Hussein do poder, mas todos nós podemos concordar que os terroristas do mundo tornaram o Iraque uma frente central na guerra contra o terrorismo", afirmou Bush.
"Ao estabelecerem sua posição no Iraque, os terroristas lançaram um teste vital para a segurança futura do nosso país e do mundo livre."
Uma resolução do Congresso formulou esta semana pedidos para o governo Bush desenvolver uma estratégia para remover todas as tropas norte-americanas do Iraque e iniciar a retirada até 1 de outubro de 2006. Dois republicanos estão entre os congressistas que apóiam essas propostas.
O discurso de rádio de Bush centrou-se no Iraque e na economia, dois temas que ele pretende enfatizar nas próximas semanas.
Sobre a economia, Bush disse que a política de corte de impostos de seu governo havia colocado os Estados Unidos "no caminho do crescimento".
A ênfase nesses assuntos é uma mudança no foco do presidente norte-americano que até agora era a campanha para reformar o sistema de Previdência Social --proposta que se mostrou até agora impopular.
Cinquenta e um por cento dos americanos acreditam que os Estados Unidos deveriam ter ficado de fora do Iraque, de acordo com uma pesquisa do New York Times/CBS divulgada na sexta-feira.
Bush construiu sua argumentação para a guerra com base na ameaça das armas de destruição em massa do Iraque, que nunca foram encontradas. Depois dos ataques de 11 de setembro de 2001 aos Estados Unidos, Bush também havia alertado sobre ligações entre o governo de Saddam Hussein e grupos terroristas.