Rio de Janeiro, 21 de Dezembro de 2024

Bush apóia Sharon e inflama mundo árabe

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Quarta, 21 de Abril de 2004 às 17:52, por: CdB

O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, rejeitou nesta quarta-feira as críticas internacionais ao primeiro-ministro de Israel, Ariel Sharon, e disse que os líderes mundiais deveriam agradecê-lo por seus planos para a Faixa de Gaza e a Cisjordânia. Foi o suficiente para que o mundo árabe se revoltasse.

Bush também atacou a liderança palestina por ter "gente fracassada, que ano após ano após ano" não consegue impedir atos terroristas contra os israelenses.

O presidente provocou indignação no mundo árabe na semana passada ao dar aval à proposta israelense de manter no futuro parte dos assentamentos judaicos na Cisjordânia, território ocupado na guerra de 1967. Ele disse também que não é realista esperar que os palestinos expulsos em 1948 do território em que hoje fica Israel e seus descendentes possam regressar. A proposta de Sharon prevê ainda a desocupação da Faixa de Gaza.

- Ariel Sharon veio à América, ficou ao meu lado e disse 'Vamos deixar Gaza e parte da Cisjordânia'. No meu julgamento, todo o mundo deveria dizer 'Obrigado, Ariel. Agora temos uma chance de começar a construção de um Estado palestino pacífico - disse Bush em conferência para diretores de jornais em Washington.

O apoio de Bush a Sharon deve ter caído bem junto a eleitores conservadores e judeus, a sete meses das eleições presidenciais, mas inflamou o mundo árabe.

Nesta semana, o rei Abdullah, da Jordânia, adiou abruptamente um encontro que deveria manter com Bush na Casa Branca, queixando-se da postura norte-americana.

Em comentários publicados na terça-feira, o presidente egípcio, Hosni Mubarak, alertou que os árabes do Oriente Médio odeiam os Estados Unidos mais do que nunca, por causa da ocupação do Iraque e do assassinato, cometido por Israel, dos dois principais líderes do grupo palestino Hamas.

Bush pediu aos líderes mundiais que aproveitem o momento para eliminar suas diferenças. ``A responsabilidade é dura. É duro ser responsável por promover a liberdade e paz quando se está acostumado a outra coisa. Se você não tem as aspirações populares firmemente incrustadas em sua alma, é duro fazer uma jogada pela paz'', disse ele.

- Agora é hora de todo o mundo dar um passo à frente e se aproveitar desta oportunidade, ajudar a construir um Estado palestino que seja comprometido com os princípios dos direitos individuais, do estado de direito e da justiça, para que o povo palestino tenha a chance de criar um Estado pacífico e para que Israel tenha um parceiro na paz, não uma base de lançamentos para ataques terroristas em sua fronteira - acrescentou Bush.

Como no Iraque democrático, disse Bush, ele acredita que "um Estado palestino livre será um importante agente de mudanças para a paz mundial".

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