Rio de Janeiro, 30 de Outubro de 2024

Brasil negocia com China ferrovia transnacional

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Domingo, 11 de Janeiro de 2004 às 08:11, por: CdB

Uma ferrovia ligando Cuiabá a Antofagasta, no Chile. Esse é o projeto que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apresentará ao líder chinês, Jiang Zemin, quando de sua visita em maio, a Pequim. O objetivo da obra é facilitar o escoamento da soja produzida em Mato Grosso para o mercado chinês. No último dia 8, os ministros Anderson Adauto (Transportes) e Roberto Rodrigues (Agricultura) determinaram a rápida elaboração de estudos de viabilidade econômica para a implantação daquele que seria o Corredor Ferroviário Bioceânico Atlântico-Pacífico.

Oficialmente foi a primeira vez que o governo federal abordou o assunto. Mas, a assessoria de Comunicação do Ministério dos Transportes revelou que um grupo técnico teria percorrido aquele que seria o trajeto ideal para a execução da obra. Essa revelação preocupa Cuiabá, porque exclui Mato Grosso.

À essa revelação soma-se outra, no mesmo sentido, feita por uma fonte do DNIT, que sustenta a existência de pressões políticas para o trajeto incluir Porto Murtinho (MS), na divisa com o Paraguai. Porto Murtinho é a cidade natal do governador de Mato Grosso do Sul, Zeca do PT. E quem estaria encarregado do estudo seria o secretário-executivo do Ministério dos Transportes, Keije Tanashiro - indicado para o cargo pelo governador Zeca.

Em Cuiabá, o coordenador do Conselho de Integração Internacional da Federação das Indústrias (Fiemt), Serafim Carvalho, apresentou três alternativas para a ferrovia, tanto cruzando a Bolívia - que faz restrições à passagem de cargas por seu território - quanto por outras rotas. A ligação ferroviária com o Chile não é vista como a melhor alternativa para reduzir distância aos portos asiáticos. Uma corrente defende a opção em território exclusivamente brasileiro, via Santarém (PA), para fugir de injunções internacionais e evitar a transposição da Cordilheira dos Andes, fator que limita a capacidade de carga.

Independentemente do trajeto Cáceres - no ponto eqüidistante entre o Atlântico e o Pacífico - será passagem obrigatória para o escoamento da produção agrícola para a Ásia, principalmente para a China que é o maior importador da soja brasileira.

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