A seleção brasileira de futebol jogará no Haiti no dia 18 de agosto para ajudar no esforço paz no país caribenho. Para a partida, os torcedores poderão trocar armas por ingressos, disse o ministro dos Esportes, Agnelo Queiroz, nesta terça-feira.
Astros como Ronaldo, Ronaldinho Gaúcho e Kaká estão entre os que devem disputar o amistoso no Haiti para ajudar as tropas brasileiras que, em uma missão de paz da Organização das Nações Unidas, buscam reconstruir o país mais pobre das Américas.
- Ronaldo está pronto para ir - disse Queiroz.
- Eles querem ajudar no processo de paz do Haiti - disse
O ministro acrescentou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva quer assistir ao jogo entre Brasil e a seleção haitiana.
O presidente da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira, se reuniu com Lula em Brasília na terça-feira para acertar os detalhes do jogo.
- A idéia de trocar ingressos por armas é uma maneira de desarmar o país - declarou Teixeira.
Mas existe um empecilho para o jogo, segundo o supervisor da CBF, Américo Faria: os clubes europeus não vão querer liberar seus atletas.
- A seleção brasileira sempre se interessa em ajudar causas importantes e estamos dispostos a realizar essa partida. O único problema é a falta de data. Nossa próxima data Fifa disponível é apenas em novembro de 2005, e para realizarmos essa partida antes precisaríamos de uma negociação com a Fifa e com os clubes para a liberação dos jogadores - disse ele em Teresópolis, onde a equipe se prepara para a Copa América.
O futebol é um dos esportes mais populares no Haiti. Anos de turbulência política causaram prejuízo ao esporte e o estádio nacional está com problemas.
A diplomacia em torno do futebol foi sugerida pelo primeiro ministro interino do Haiti, Gerard Latortue, que disse que alguns astros brasileiros poderiam fazer mais na tentativa de desarmar os grupos de combatentes do que milhares de homens das tropas de paz.
O Brasil enviou 1.200 militares ao país caribenho para substituir uma missão dos Estados Unidos que estava lá depois da saída do presidente Jean-Bertrand Aristide do poder, em 29 de fevereiro.
Os soldados brasileiros levaram 1.000 bolas de futebol e camisas da seleção, que foram distribuídas em escolas haitianas. Queiroz disse que outras 5.000 camisas e bolas serão enviadas nas próximas semanas.