Rio de Janeiro, 22 de Dezembro de 2024

Brasil entrega gestão de usinas hidrelétricas e acha isso ótimo

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Quarta, 27 de Setembro de 2017 às 12:06, por: CdB

O resultado do leilão das hidrelétricas foi considerado um sucesso. Representantes do governo e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aplaudiram a entrega.

 
Por Redação - de São Paulo

 

A chinesa State Power Investment Corp.(SPIC), a francesa Engie e a italiana Enel venceram o leilão da concessão de quatro hidrelétricas promovido pelo governo federal nesta quarta-feira. O pagamento de bônus de outorga à União em troca dos ativos chegou ao valor total de R$ 12,13 bilhões, o que representou um ágio de 9,73% ante o valor inicial.

Satisfatório

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A Cemig entregou suas hidrelétricas ao capital internacional

O resultado foi considerado um sucesso por representantes do governo e da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Idem pelas empresas, que se disseram empolgadas com os negócios fechados no certame.

Em sua conta, no Twitter, o presidente de facto, Michel Temer, afirmou que o resultado do leilão ficou acima da expectativa do mercado. Segundo afirmou, a entrega das usinas ao capital internacional mostra que o país “recuperou a confiança”.

O ministro do Planejamento, Dyogo Oliveira, seguiu na mesma linha. Afirmou que o leilão foi satisfatório e que é uma demonstração de confiança na economia brasileira. “Resultado do leilão reforça que governo tem adotado projeções seguras a respeito das receitas”, afirmou Oliveira, no Twitter.

Hidrelétricas

A chinesa SPIC ficou com a maior usina do leilão, de São Simão. A oferta foi de R$ 7,18 bilhões, ou 6,5% acima do preço mínimo definido para o empreendimento, que não atraiu outros lances.

A presidente da Pacific Hydro, controlada da SPIC no Brasil, Adriana Waltrick, disse que a participação no leilão mostra o comprometimento da empresa em investir no Brasil. Disse, ainda, que confia nas instituições brasileiras. Isso a levou a entrar na concorrência mesmo em meio aos questionamentos judiciais da Cemig, que tentava manter as usinas após o vencimento dos contratos.

A Engie ficou com as hidrelétricas de Jaguara e Miranda; após lances de R$ 2,17 bilhões e R$ 1,36 bilhão, nos maiores ágios do leilão, de 13,59% e 22,43%, respectivamente.

Ágio

O diretor de Desenvolvimento de Negócios da Engie, Gustavo Labanca, também disse que a companhia tem forte interesse em seguir investindo em ativos de energia no país. Segundo ele, a geradora esteve em contato com bancos e avalia ainda emitir debêntures ou notas promissórias para financiar as compras.

— A gente tem uma capacidade grande de tomar novas dívidas, a empresa está com alavancagem muito baixa — disse ele, a jornalistas..

A italiana Enel chegou a apresentar ofertas, mas foi derrotada pela Engie em Jaguara e Miranda. Ficou, no entanto, com o último empreendimento licitado, a usina de Volta Grande. A empresa ofereceu R$ 1,419 bilhão pelo ativo, ágio de 9,85%.

Tumulto

Antes do leilão, a Cemig tentou sem sucesso fechar um acordo com o governo para manter ao menos uma das usinas; além de ter buscado decisões judiciais para suspender a licitação e promovido campanhas publicitárias.

Nesta quarta-feira, representantes de sindicatos de trabalhadores do setor elétrico e alguns funcionários da Cemig protestavam contra o leilão. Alguns deles chegaram a entrar na sala onde acontecia uma coletiva de imprensa com autoridades. Pegaram o microfone para reclamar da venda das usinas que pertenciam à empresa.

As usinas oferecidas no leilão desta quarta-feira somam 2,9 gigawatts em capacidade instalada. Os contratos com os novos operadores serão válidos por 30 anos, e o pagamento dos bônus de outorga está previsto para até 30 de novembro.

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