Rio de Janeiro, 23 de Janeiro de 2025

Brasil admite na ONU que não erradicou escravidão

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Segunda, 08 de Março de 2004 às 15:04, por: CdB

O governo brasileiro admitiu nesta segunda-feira, em Genebra, que ainda existem no país "situações semelhantes à escravidão que afetam 25 mil pessoas adultas".

O embaixador Tadeu Valadares afirmou ante o Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial das Nações Unidas que, "apesar de termos eliminado a escravidão em 1888, calculamos em 25 mil o número das pessoas que estão atualmente submetidas a formas contemporâneas de escravidão, e vamos libertá-las, como fizemos com 5,4 mil pessoas em 2003".

Valadares integra a delegação brasileira, presidida pela secretária da Promoção da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro.

Existem no Brasil 20 milhões de analfabetos e a proporção é maior entre negros e índios, afirmou Douglas Martins Souza, também integrante da delegação brasileira, assegurando que o atual governo de Luiz Inacio Lula da Silva espera resolver estas desigualdades nos próximos três anos.

"As condutas racistas são definidas em nosso Código Penal como o impedimento, por preconceitos raciais, do exercício das liberdades civis e sociais, e vamos instaurar o princípio da igualdade racial, num projeto de lei encaminhado ao Parlamento", acrescentou Douglas Martins Souza.

No Brasil vivem entre 400 mil e 500 mil índios em 600 regiões diferentes que falam 100 línguas diversas. O governo propõe integrá-las num plano que respeite suas culturas a partir de uma educação bilingüe.

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