O Corpo de Bombeiros de Roraima iniciou nesta quinta-feira a operação de busca do analista ambiental Raimundo Cruz e do colaborador Josué Santos Cruz, desaparecidos desde a última terça. Eles estavam a serviço do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), quando foram vítimas de um atentado com arma de fogo, em Caracaraí (RO), na região do baixo rio Branco. Para chegar ao local, é preciso viajar quase duas horas de avião desde a capital do estado, Boa Vista, e mais uma hora em canoa motorizada, popularmente chamada de voadeira.
Os dois faziam parte da equipe de sete pessoas que estava em Caracaraí para marcar as covas de tartarugas do tabuleiro (local de reprodução dos quelônios) de Santa Fé. Das sete pessoas, duas eram servidores do Ibama, quatro, prestadoras de serviço e a outra, uma mulher que apenas acompanhava o marido.
Das cinco vítimas do atentado, três pularam na água e conseguiram voltar ao acompamento. José da Silva Araújo, chefe substituto do escritório do Ibama em Caracaraí, levou um tiro na orelha, mas passa bem. Há temor de que os dois desaparecidos estejam mortos: ferido, Josué dos Santos Cruz foi levado pelos pistoleiros dentro da canoa; Raimundo Cruz se atirou na água, mas não há notícias sobre seu paradeiro.
O atentado aconteceu por volta de 17 horas da terça-feira, mas as primeiras informações só chegaram a Boa Vista na manhã do dia seguinte, feriado da Proclamação da República.
Denaíde da Silva Monteiro e o marido José Melo da Silva remaram a noite inteira até o hotel mais próximo, de onde conseguiram estabelecer contato com a capital.
- O local do crime é isolado. As informações que temos de lá estão vindo por GlobalStar (telefone via satélite), mas a bateria dele está acabando -, revelou Baraúna.
Segundo ela, o governo estadual cedeu dois aviões bimotores e um helicóptero para ajudar nas buscas pelos desaparecidos e no resgate das vítimas. Denaíde Monteiro e José Silva já chegaram a Boa Vista. Além de José Araújo, continuam em Caracaraí os prestadores de serviço Silas de Almeida e Adaías Tenório Correia.
- A captura da tartaruga amazônica é proibida, porque ela está em risco de extinção. Mas é um negócio excuso muito rentoso -, explicou Baraúna.
Ela acrescenta que, neste período, é costume fazer operações ostensivas de fiscalização.
- Mas este ano estávamos no baixo rio Branco apenas com o objetivo de marcar as covas, esperar a desova e levar os filhotes para os berçários, a fim de protegê-los dos predadores naturais -, disse.
Bombeiros buscam servidores do Ibama
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Quinta, 16 de Novembro de 2006 às 13:57, por: CdB