O governo da Bolívia ratificou, nesta terça-feira, a intençao de - se nos próximos 60 dias não chegar a um acordo com o Brasil sobre o novo preço para a exportação do seu gás natural - recorrer a um tribunal de arbitragem internacional. Segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI), o ministro de Hidrocarbonetos, Andrés Soliz Rada, afirmou que o governo não quer novas ampliações do prazo das negociações, iniciadas em 29 de junho.
A empresa estatal de petróleo Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) e a Petrobras acertaram nesta sexta-feira estender por 60 dias as conversas sobre a reivindicação boliviana de aumentar o preço do gás exportado para o Brasil.
- Não posso dizer que não haverá mais ampliações, mas, se não houver acordo dentro de 60 dias, o mais provável é recorrermos a uma arbitragem - disse o ministro.
Soliz Rada admitiu que a falta de consenso obrigou ao adiamento das negociações até 14 de setembro, data fixada para o próximo encontro, na Bolívia.
- Um dos argumentos da Petrobras é de que o gás boliviano serve para alimentar as termelétricas do Brasil e elas têm que vender eletricidade a preço subvencionado. Por isso, quer comprar o gás mais barato, para que o preço da energia seja menor - disse Rada.
No fim de junho, Soliz Rada se declarou "muito otimista" diante da possibilidade de um tribunal internacional de arbitragem decidir o caso. Para ele, "qualquer árbitro entenderia que as condições têm que melhorar para a Bolívia".